Direitos e Deveres: Cidadão
Como os direitos e deveres definem a ideia de cidadão?
Você sabia que na lei qualquer um têm o direito e o dever de dar voz de prisão para um criminoso em flagrante?
Art. 301- Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Art. 302 – Considera-se em flagrante delito quem:
I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
Veja mais neste link.
De acordo com esses dois artigos da nossa legislação, concluí-se que o cidadão (seja ele civil, ou não) em seu exercício legal, tem o direito e o dever de dar voz de prisão quando o criminoso é pego em flagrante. Na teoria tudo parece correto e civilizado, mas na prática como tantas outras leis, a sua execução raramente é exercida ou mesmo respeitada.
Um exemplo clássico desse desrespeito com as leis é o caso da distância obrigatória entre carros e ciclistas, isso quando não estamos falando da distância mínima para a segurança do ciclista, que muitas vezes é jogado pelos carros e ônibus de encontro à guia da calçada. Ao contrário do que muitos acreditam, a bicicleta é considerada legalmente como um veículo tanto quanto o carro e deve circular pelas ruas. Infelizmente o que vemos é um descaso das autoridades e poucas ações legais (no sentido ético e no sentido legislativo) por parte dos motoristas. Veja mais aqui.
REPRODUÇÃO
A ultrapassagem segura deve ser feita com pelo menos 1,5 metro de distância lateral.
Além da sensibilização e da conscientização, atitudes legais (no sentido legislativo) por parte dos ciclistas, pode ajudar a melhorar a mentalidade alheia. Afinal é um direito e um dever do cidadão tentar melhorar a sociedade diminuindo a criminalidade e a desigualdade social; usando para tanto as possíveis ferramentas políticas de um cidadão, sejam elas através dos “três poderes” (executivo, legislativo e judiciário), sejam elas através das criações, sejam elas através de ações.
Seja um cidadão politicamente mais ativo, ocupe a faixa.
Guy Debord começa o primeiro capítulo de seu livro “A Sociedade do Espetáculo” com a seguinte frase: “E sem dúvida o nosso tempo… prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser…”. Nessa paulicéia desvairada e no capitalismo selvagem em que vivemos, é fácil observar como o status vale mais que a ação; como somos facilmente enganados e iludidos por uma imagem bem produzida, o que muitas vezes pode resultar em desastres, como é o caso do que vemos nas nossas eleições.
No clássico do cinema “Cidadão Kane”, podemos ver como essa imagem/status são correlatas à figura política, uma história que narra: “a ascensão de um mito da imprensa norte americana”; comparada por muitos com a história de Roberto Marinho, magnata que foi dono da Rede Globo. Onde seu poder de influência em uma sociedade pode ser superior ao poder político de um presidente.
REPRODUÇÃO
Cartaz do filme “Cidadão Kane”
Nesta sociedade em que a imagem é mais importante que o ser, temos a carrocracia; mas em uma sociedade em que o ser é mais importante que a imagem talvez podemos vislumbrar uma humanocracia; independente das cores, credos, culturas e costumes pessoais, onde o respeito é mais importante que qualquer coisa, sendo amplo e generoso.
A árvore do tempo | Arte de Reynaldo Berto
Charge de Reynaldo Berto: “Mas precisa mesmo ir de carro? Pensa bem… Que tal a pé, ou então de bike?”
Se fossemos tentar pensar em uma sociedade utópica atualmente, teríamos uma tarefa muito mais árdua do que os pensadores ancestrais tinham; tanto por causa do conhecimento acumulado ao longo dos séculos, como também por causa das tecnologias, dos costumes desenvolvidos e principalmente por causa da amplitude contextual, que está cada vez maior neste mundo miscigenado e globalizado.
Mas por mais difícil que seja a tarefa; imaginar, ou mesmo dialogar em relação ao que poderia se aproximar de um conceito de sociedade utópica, se mostrou ao longo da história, como algo no mínimo frutífero e útil para futuros desenvolvimentos de novas ideias e criações artísticas, filosóficas, científicas, políticas, econômicas, sociais, etc.
delfi.it
Quantas bicicletas cabem no lugar de um carro?
Este mundo ideal serviu de base para a criação de muitas leis sociais e postulados científicos que costumam guiar a sociedade para um aprimoramento, uma evolução. Longe de ser um aprimoramento meramente tecnológico, ou aprimoramento pessoal; esta evolução tem de ser vista como algo amplo, como um aprimoramento lógico (que leva em conta a experiência comum, o bom senso), ético (que leva em conta o bem comum, o melhor para todos) e estético (que leva em conta a beleza comum, o mais agradável para todos).
Muito provavelmente muitas das utopias pensadas até hoje, são conflitantes e antagônicas entre si, mas ao mesmo tempo se complementam e servem de base para novos pensamentos e ideais. Desde ficções, até hipóteses não confirmadas; o pensamento humano sempre utilizou a imaginação, para tentar melhorar sua interação com a realidade.
A conta é simples! | Arte de Reynaldo Berto
Charge de Reynaldo Berto: “Na arte do dia, o cartunista Reynaldo Berto pede menos carros e mais bicicletas.
Vemos no conceito de “cidadão”, um bom exemplo de como o pensamento e as interações humanas evoluíram ao longo dos séculos; desde o seu nascimento, o conceito de “cidadão” é algo que define os direitos e os deveres dos indivíduos que atuam politicamente em uma cidade, mas esses direitos e deveres estão constantemente sendo reformulados pelos próprios cidadãos. De acordo com esses direitos e deveres o ciclista também pilota um veículo e portanto deve ser respeitado como tal, mantendo-se uma distância mínima de um metro e meio entre os veículos.
O cidadão tem o poder, o direito e o dever de reivindicar justiça, de buscar uma sociedade mais justa, de ser mais justo, de aprimorar os seus direitos e deveres; e para tanto deve fiscalizar, cobrar, denunciar e em alguns casos até processar se for necessário. Ser um individuo mais ativo é saudável tanto no âmbito físico, quanto no âmbito mental, social, político, cultural, etc. Se uma imagem vale mais que mil palavras, então uma ação vale mais que mil imagens. Veja mais neste link.
Uma (anim)ação vale mais que um milhão de palavras.
Pedale na via,
seja um cidadão mais ativo,
respeite a bike,
abraços Edu Cole.