Pela reinvenção das cidades
Findo o século do automóvel, é hora de construir as cidades do século XXI. E pelo que se vê mundo afora o modelo de cidade do futuro vai ter muita bicicleta circulando.
Hoje é o motor quem manda, acelerou tá marcado. Sem discussão. Quem vai a pé e pedala, segue assim meio de lado, atento ao chão. Quem inventou essa cidade, inventou congestionamentos e confusão. Inventou a morte das ruas, mas esqueceu de enxergar adiante e ver solução.
Podemos apontar vários culpados. Em São Paulo, Maluf e seu minhocão e antes dele o grande plano de avenidas de Prestes Maia. Nova Iorque teve Robert Moses que riscou a cidade de avenidas no século XX e Paris no século XIX teve o Barão Haussmann – “artista demolidor” – que destruiu a cidade medieval para construir o modelo da “cidade luz” que conhecemos hoje.
Mas a história nos ensina que nenhum desses homens agiu sozinho, foram líderes no eterno processo de reinvenção urbana. Afinal as cidades sempre foram organismos vivos em transformação.
Findo o século do automóvel, é hora de construir as cidades do século XXI. E pelo que se vê mundo afora o modelo de cidade do futuro vai ter muita bicicleta circulando. Vai precisar também ter ônibus, trem, metrô, bonde, balsa, bicicleta, patins, skate, tênis, mocassim, salto alto e o que mais for necessário para transportar pessoas de um ponto a outro.
Nessa mistura de meios de transporte que se desenha para as cidades é preciso garantir que a bicicleta seja a solução mais prática, confortável e rápida para o maior número possível de pessoas.
Hoje bike é legal demais para os que já a descobriram como solução para os congestionamentos, agora é trabalhar para que bike seja legal para cada vez mais gente!
Pedalemos pois, para que nossas cidades possam ser mais legais com as pessoas que nela vivem.
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Inspiração musical: Chico Buarque – Apesar de Você
Sugestão de leitura: The Invention of Paris: A History Told in Footsteps de Eric Hazan