De bike pela Rota dos Castelos, Alemanha
A Alemanha de longe é o melhor país que eu conheci para pedalar, apenas os Países Baixos fazem páreo, mas como o próprio nome diz são países baixos, sem montanhas, assim a Alemanha é ainda melhor.
A Alemanha de longe é o melhor país que eu conheci para pedalar, apenas os Países Baixos fazem páreo, mas como o próprio nome diz são países baixos, sem montanhas, assim a Alemanha é ainda melhor, pois tem de tudo.
Trilhas, montanhas, natureza, história e uma impecável estrutura cicloviária que corta o país todo. As bicicletas são integradas a outros modais, assim pode-se levar sem drama, a qualquer dia e hora, a bicicleta em trens locais, em barcos é tudo integrado.
Isso é que é sonho de consumo.
A Alemanha é o vigésimo país onde pedalo a trabalho pela ESPN/Brasil.
E quanto mais eu pedalo fora do Brasil, mais fico deprimida de pensar em nosso país.
Países que antes nada tinham de concreto para bicicletas, nesses últimos 10 anos se transformaram.
Exemplos? Tenho muitos:
Barcelona na Espanha, era sofrível há apenas 5 anos. Hoje transformou-se, está toda sinalizada. Toda cortada por rotas para bicicletas e estacionamento para as mesmas.
Paris, sim a Paris que tanto falam hoje em dia, em 2000 tinha uma estruturinha cicloviária pífia, bem pouco respeitada aliás. Hoje em dia está toda remodelada, com bicicletas free por meia hora para o cidadão usar de ponto a ponto, sem maiores problemas.
Saindo da Europa vamos para a América:
Santiago do Chile não tinha nada além de uma rota na parte mais nobre na cidade até 3 anos atrás.
Hoje já conta com um plano diretor cicloviário aprovado, várias ciclovias em construção e não se fala mais no assunto. As bicicletas estão inseridas no traçado da malha urbana e pretende-se 400 km de ciclorotas para antes de 2010.
Até Nova Iorque e Los Angeles se renderam as bicicletas, e nós aí em SP?
Bom, chega de chover no molhado, pois é sempre a mesma lenga lenga e devo dar um crédito à cidade de Sorocaba que deciciu e em menos de 4 anos já construiu uma rede de 40 km.
Mas de volta a Alemanha, incrível o cuidado do país com todos os detalhes.
É tudo sinalizado e ordas de ciclistas de todas as idades usufruem da bicicleta como transprote, lazer e cicloturismo.
Não raro encontro grupos de jovens senhores sexagenários a milhão e às gargalhadas, que só param para colher maçãs que abundam no caminho.
Estou de pedal ao longo do Rio Neckar, é a Rota dos Castelos.
O rio é todo trabalhado, em degraus construidos, com eclusas para a navegação fluvial.
A cada eclusa se produz energia elétrica para consumo local.
As gigantescas barcaças trafegam o dia todo pelo Rio e nelas o que deve ser transportado.
Ao lado do Rio uma ferrovia que transporta pessoas e muita mercadoria.
Paralelo a isso uma estrada de baixa velocidade, com pouquíssimos caminhões e os inevitáveis carros.
Como em qualquer país, aqui os carros – embora nos respeitem ao máximo – são intragáveis, barulhentos e fedidos.
Mas os alemães dentro deles são amáveis.
Por cima de cada eclusa do Rio Neckar uma passarela para pedestres e ciclistas.
Tudo, absolutamente tudo, sinallizado.
A população paga alto em impostos é verdade, mas em compensação não paga pela escola de filhos, nem o transporte, já que as crianças vão de bicicleta, nem um extra pela segurança enfim…
Os ciclistas avisam:
Viajar na Alemanha faz mal à depressão.
Na volta, ela vai ser inevitável.