Cresce número de ciclistas em BH, mas prefeitura não avança com o PlanBici
Neste ano, a capital mineira atingirá cem mil ciclistas em contador apesar do PlanBici não ter sido efetivamente iniciado.
Texto enviado pelos ciclistas da BH em Ciclo
Em 2018, 100 mil ciclistas passarão pelo contador da Avenida Bernardo Monteiro na capital mineira. Um recorde a ser celebrado, em especial por representar um aumento de pelo menos 14% em relação à 2017, quando se atingiu 87.139 ciclistas no último dia do ano.
Segundo a BH em Ciclo – Associação do Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte, é preciso relembrar que a capital mineira atingirá essa marca inédita com o prefeito, Alexandre Kalil, tendo implementado em seus um ano e meio de mandato pouco menos de 10 metros de ciclovia e sem ter dado início efetivo às ações do PlanBici, o Plano de Ações de Mobilidade Urbana por Bicicletas de Belo Horizonte. Demonstrando que apesar da falta de política pública, BH pedala.
O contador da Bernardo Monteiro entrou em funcionamento em primeiro de julho de 2016. Assim, já é possível comparar cada um dos 12 meses do ano com o seu respectivo mês do ano anterior. Esse tipo de comparação é importante, pois leva em conta meses com características e condições climáticas similares, bem como outros comportamentos que podem acontecer em cada mês, como férias, carnaval e início das aulas.
O gráfico abaixo apresenta os números e evolução de julho de 2017 em relação a julho de 2016, e assim por diante, até dezembro de 2017. Então, a partir de janeiro de 2017 até junho deste ano, todas as comparações são entre 2018 e 2017.
Vê-se pelos dados registrados nesses gráficos e por estimativas desenvolvidas a partir deles que tudo é favorável para a meta dos cem mil ciclistas acontecer neste ano.
Uma ressalva importante é que estamos falando apenas de um ponto da cidade. Se levarmos em consideração as contagens de ciclistas feitas pela BH em Ciclo, e em 2018 a Associação fará outra, é possível compreender que a Bernardo Monteiro não é o ponto em que mais se passam ciclistas por dia. Ou seja, em BH tem-se muito mais que cem mil ciclistas espalhados e espalhadas por todas as nove regionais.
O PlanBici
O PlanBici, o Plano de Ações de Mobilidade Urbana por Bicicletas de Belo Horizonte, foi apresentado ao prefeito Alexandre Kalil, que o aprovou e afirmou que daria início à sua execução, em 18 de julho de 2017. Porém, mais de um ano depois, quase nenhuma das mais de 120 ações para sua implementação foi realizada.
Para o seu desenvolvimento, foram seis meses de reuniões – mais 100 horas de trabalho – entre mais de 40 pessoas, além de mais de 100 contribuições feitas durante a consulta pública do Plano. O objetivo-geral do PlanBici é fazer com que 2% do total de viagens em Belo Horizonte sejam feitas em bicicletas até 2020 (hoje são 0,4%).
Apesar de ainda não estar sendo efetivamente implementado, o PlanBici tem sido mencionado pela BHTrans quando a empresa é indagada sobre o que está fazendo para promover o uso da bicicleta na cidade e garantir a segurança de quem pedala na capital mineira.
Para 2017, o que se tinha como primordial era a manutenção na rede existente e a implantação dos projetos que já estavam prontos, além da contratação de novos projetos. Nada disso avançou.
Ainda que o Plano seja robusto e factível com a realidade belo-horizontina, nem mesmo as ações mais simples foram realizadas, como a criação do seu Plano de Comunicação e a publicação de uma portaria que o instituirá, pedido feito pela BH em Ciclo à BHTrans.
Para ajudar a população a compreender melhor o que é o PlanBici e monitorar as ações em andamento, a BH em Ciclo lançou a plataforma PlanBici BH, onde de forma interativa, qualquer cidadão e cidadã poderá entender como estão as ações em cada um dos seis eixos, quanto foi gasto, o que está parado, o que avançou e as ações futuras. A plataforma também mostra quais são os vereadores que apoiam o Plano.
Confira aqui o plano, suas ações e os prazos estipulados em sua criação