BH: Contagem revela dados inéditos sobre o uso da bicicleta na cidade
Desde 2010, o número de ciclistas em Belo Horizonte aumentou 7,7%. Esse resultado faz parte da pesquisa Contagem de Ciclistas 2016, que aconteceu entre os dias 1º e 21 de setembro.
Desde 2010, o número de ciclistas em Belo Horizonte aumentou 7,7%. Esse resultado faz parte da pesquisa Contagem de Ciclistas 2016, que aconteceu entre os dias 1º e 21 de setembro. A pesquisa foi realizada pela BH em Ciclo – Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte – em parceria com o ITDP Brasil (Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento). Outros números expressivos foram contabilizados, como o aumento no número de mulheres pedalando: em 2010 elas eram 2,34% do total. Esse ano, elas totalizam 6,83%, um aumento de 192%.
A Contagem de Ciclistas é um instrumento importante no planejamento das políticas públicas para o fomento do uso da bicicleta como modo de transporte. Com ela, é possível gerar dados para cobrar ações que atendam mais adequadamente as demandas de quem usa a bicicleta como meio de transporte.
As pesquisas foram realizadas em sete locais diferentes da cidade, em vias que apresentavam diferentes estruturas cicloviárias ou mesmo a ausência delas. Todas as contagens foram realizadas em dias úteis, entre terça e quinta feira, das 7h às 19h. Além da contagem numérica, foi feita uma avaliação qualitativa dos ciclistas, registrando: gênero; faixa etária estimada; local de preferência de passagem (ciclovia, calçada ou rua); sentido de deslocamento; tipo de bicicleta (pública, particular ou cargueira); uso ou não do capacete.
No total de sete pontos pesquisados, foram contados 1.962 ciclistas circulando pela cidade, sendo 135 (6,88%) identificados como mulheres e 1.827 (93,12%) como homens. Em relação à faixa etária, 2,34% são crianças (abaixo de 12 anos), 12,54% são jovens entre 12 e 18 anos, a ampla maioria está entre 18 e 40 anos (55,25%) e 28,8% são pessoas acima de 40 anos.
Como 4 dos 7 pontos avaliados possuem ciclovias, aproximadamente metade das pessoas (49,34%) trafegavam pela ciclovia, mas um percentual bem significativo (39,55%) optou por exercer seu direito de compartilhar as ruas com outros veículos, mas 11,06% das pessoas preferiu trafegar pelas calçadas, provavelmente por ainda sentirem insegurança de usar as ruas. Foram identificados 1,78% de pessoas em bicicletas cargueiras e 1,58% em bicicletas compartilhadas.
Comparativo
A contagem anterior foi realizada em 2010. Ao comparar as pesquisas, é possível perceber que Belo Horizonte ainda precisa avançar muito no sentido de promover e estimular o uso da bicicleta como modo de transporte, especialmente fora das áreas centrais da cidade.
Em 2010, à época da primeira contagem realizada em BH, a cidade possuía 23,81 km de ciclovias e ciclofaixas. Seis anos depois, a cidade ainda tem uma malha cicloviária tímida, contabilizando cerca de 85 km de estruturas majoritariamente exclusivas para bicicletas. Além disso, muito da estrutura construída nesse período vem se deteriorando com a falta de manutenção adequada. A cidade conta com um projeto cicloviário que prevê a construção de 411 km de ciclovias até 2020, mas enquanto ele não é concluído os poucos trechos que se tem construído permanecem desconectados.
Somente com uma política consistente de incentivo ao uso desse modo de transporte será possível alcançar a meta prevista pelo Plan-MOB de 6% dos deslocamentos da cidade até 2020 serem realizados em bicicleta. Para isso, medidas como a ampliação e melhoria da estrutura cicloviária (bicicletários, ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas), implementação de pontos de apoio ao ciclista, campanhas educativas perenes, integração física e financeira dos modos de transporte e outras são essenciais.