Ciclismo de Estrada: Provas históricas e resultados inéditos
Não havia favoritos, o atleta para vencer tinha que ser bom de tudo; de subida, de velocidade, resistente e principalmente muito técnico e maduro
As duas provas de ciclismo de estrada dos Jogos Olímpicos Rio 2016 ficarão para a história. Principalmente a disputa feminina.

Eu e Murilo Azevedo com a ciclista Flávia Oliveira / © Arquivo Pessoal
A começar pela beleza da costa carioca, o verde exuberante das montanhas, o vento, as subidas, as curvas, o calor. Enfim, tudo isso apimentou o evento, tornando a prova muito técnica.
Não havia favoritos, o atleta para vencer tinha que ser bom de tudo; de subida, de velocidade, resistente e principalmente muito técnico e maduro. No ciclismo, os atletas especializam-se em geral em velocistas ou escaladores. É muito difícil ser bom em tudo, sem falar que nesse tipo de prova é fundamental correr em equipe, com ciclistas gregários a lhe ajudar.
Nas duas provas, os líderes que tinham total chances de vencer caíram na descida da Vista Chinesa, faltando 12 km para chegada, mudando completamente os resultados.
Entre o homens, o italiano Vicenzo Nibali errou a curva a ‘zilhão’ na descida e levou junto na queda o Colombiano Sergio Henao, ambos foram hospitalizados com fraturas. Nibali quebrou a clavícula e Henao a bacia, além do trauma de tórax. O acidente não foi televisionado, pois ocorreu logo após uma curva que tapou a visão do câmera. Na real, as provas não foram televisionadas na íntegra, esse foi um privilégio que tive ao estar na tribuna dos jornalistas na linha de chegada em frente ao Forte de Copacabana.
O polonês Rafal Majka, que fazia parte desse grupo da frente, foi engolido pelo pelotão do sprint de chegada e na disputa final, o Belga Greg van Avermaet levou a melhor, completou o circuito de 237,5 km em 6h10m5s. Ficou em segundo lugar o Dinamarques Jakob Fuglsang e em terceiro o polones Rafal Majka.
Várias fugas impuseram um ritmo insano na prova das mulheres. Faltando menos de um quarto da prova, no início da subida das Canoas, as americanas junto com Anna Abbot partiram para um ataque levando consigo as holandesas Annemiek Van Vleuten, Anna Breggen, a sueca Emma Johansson, além da italiana Elisa Borghini.
A brasileira Flavia Oliveira valeu-se de seus dotes de escaladora e manteve-se por algum tempo nesse ataque, mas sobrou para um segundo grupo ao lado da alemã Elizabeth Armitstead, a polonesa Katarzyna Niewiadoma e a suiça Jolanda Neff.
Na descida da Vista Chinesa, devido a uma leve garoa que tornou a pista escorregadia, Anniemiek, que já havia aberto uma vantagem, caiu feio, dando espaço para a americana Abbot dar fuga na liderança.
Em um espetacular sprint de chegada, o ouro foi para a holandesa Anna Breggen, prata para Emma Johansson da Suécia e bronze para a italiana Elisa Borghini.
Abaixo, você pode clicar e conferir quais foram os resultados completos dessas duas provas insanas:
Ciclismo de Estrada – Feminino
Ciclismo de Estrada – Masculino
Confira também minha entrevista exclusiva com a Flávia Oliveira: