Após fechada, motorista agride ciclista e chama pai para se defender
Mais do que indignada com todo o ocorrido, Luisa está muito preocupada com a reação na internet e nos ciclos de amigos
Mais uma vez uma rua na cidade de Niterói – RJ virou palco de cenas absurdas de agressão contra ciclista. Na última semana, Luisa Glenadel pedalava com seu namorado pela Rua Paulo César quando levou uma fechada de um motorista que seguia pela pista do meio da via.
Como sempre, a poucos metros da infração o motorista ficou parado em um semáforo vermelho. Luísa parou a bicicleta em frente ao carro e tentou sacar o celular para tirar uma foto da placa do automóvel. Transtornado, o motorista desceu do carro e começou a empurrar a ciclista. “Ele disse que se eu queria tirar foto, iriamos tirar uma ‘selfie’ e começou a tirar fotos de mim e me impedir de pegar meu celular.”, relata Luisa.
Após as fotos tiradas sem autorização, o motorista voltou para o carro onde também estava sua mãe e começou a acelerar o veículo. Luisa avançou no capo do carro e bateu na lataria. “Foi ai que ele desceu do carro e veio pra cima de mim. A mãe dele tentou impedir, mas ele me deu um chute no peito. Meu namorado então começou a discutir com ele, enquanto os outros motoristas gritavam para ele tirar o carro da via.”
Com a mãe ainda na rua, o motorista entrou no carro e acelerou para parar mais a frente. A partida foi tão forte e imprudente que o homem bateu em outros dois carros estacionados. Depois disso, segundo relatos de Luisa, ainda na rua Pereira da Silva –onde tudo aconteceu-, o motorista e sua mãe entraram no carro e saíram em disparada furando dois faróis vermelhos, quase atropelando os pedestres que atravessavam nas faixas. “Em um desses cruzamentos sempre tem um guarda de trânsito e ele chegou a multar o moleque, mas só então veio me perguntar o que tinha acontecido.”, conta Luisa.
Ainda no local do crime, Luisa passou por outro abuso, agora cometido pelo pai do garoto que chegou de moto para tentar resolver a situação com os donos dos carros em que seu filho bateu. “O moleque até veio com o pai, mas simplesmente foi embora. Fui falar com o pai do cara e explicar que agora só saímos de lá com a polícia e ele avançou em mim com a moto. Estou com roxos nos braços.”, lamenta Luísa.
A ciclista foi fazer o Boletim de Ocorrência e seguindo a orientação dos policiais, fez uma exame de Corpo e Delito na manhã seguinte. “A funcionária do IML nem chegou a encostar em mim. Viu meus roxos e anotou alguma coisa no computador. Disse que o relatório seria enviado direto para o investigador do caso.”, comentou Luisa sem crenças de que a investigação seja levada a sério.
Mais do que indignada com todo o ocorrido, Luisa está muito preocupada com a reação na internet e nos ciclos de amigos. “A cidade é pequena e muita gente que conheço tá defendendo o cara, falando que ele nem chegou a me chutar, que teria chutado a bike. Essa galera é sem noção, comentam dizendo que bicicleta não é para estar na rua e seguem cuspindo discurso de ódio e misógino (contra mulheres).”, lamenta Luisa.