A história das primeiras ciclovias do mundo
A história das ciclovias se confunde com a história da própria bicicleta.
A história das ciclovias se confunde com a história da própria bicicleta. Esse artigo, traduzido do site “Isabelle et le vélo”, com autorização da editora do blog e do autor do artigo, Hans Kremers, traz a história das ciclovias e ciclofaixas. Neste artigo, estamos indo para o ano de 1885. Em alguns momentos, a tradução foi adaptada para a melhor compreensão dos lusofônicos.
As primeiras para os ciclistas, 1/5 : as ciclovias.
A primeira ciclovia da Holanda foi construída em Utrecht em 1885 graças a uma petição assinada por 44 amadores que queriam utilizar uma trilha existente como espaço para aprenderem a pedalar e, em seguida, usarem a bicicleta. A primeira ciclovia criada ao lado e uma via principal (para carros) na Holanda, em Brabant, data de 1896. Ela permitia um trajeto de meia hora (1).
A primeira ciclofaixa da Alemanha data igualmente do final do século XIX. Trata-se de uma ciclofaixa de tijolo de apenas 60 centímetros de largura no meio de um caminho secundário (à rodovia principal). (2)
isabelleetlevelo.
California Cycleway, 1900
A primeira ciclovia dos Estados Unidos têm registro de 1894 e se encontrava no Brooklyn. Ela foi feita por uma divisão ocorrida num caminho para pedestres (3). No entanto, a ciclovia mais ambiciosa para esse período foi, certamente, a California Cycleway (4), inaugurada em 1900, sobre palafitas e iluminada, tendo o primeiro traçado de 2km. Para compreender melhor o contexto dos Estados Unidos à época, pode-se ler o livro de Frédéric Héran. Nele, o autor demonstra que os EUA era uma nação de ciclistas (5).
A primeira ciclovia de Copenhague foi inaugurada em 1910 (6). As primeiras ciclovias em desnível tanto com a calçada quanto com a pista de rolamento e localizada entre ambas.
isabelleetlevelo.
A primeira ciclovia neste padrão supracitado foi construída no norte da França. Olhando um mapa da região de Lille (7), de 1934, pode-se ver como elas eram numerosas à época. A partir do momento em que as ciclovias e ciclofaixas foram instaladas em vários países, na França, e em todo lugar, algumas passaram a ter larguras suficientes e outras são muita estreitas.
As primeiras ciclovias coloridas, as redways (ciclovias vermelhas), foram feitas em 1970 durante a construção da nova cidade chamada Milton Keynes, na Inglaterra. Trata-se de uma rede de ciclovias compartilhadas entre ciclistas e pedestres em asfalto vermelho que, em 980, era a rede urbana mais importante da Inglaterra (8) com 35km de extensão.
isabelleetlevelo.
Milton – Keynes redway
O primeiro país no qual todas as ciclovias são vermelhas é o Reino dos Países Baixos (isso inclui 12 províncias, dentre elas a Holanda do Norte e do Sul). Teriam sido os holandeses inspirados pela novidade inglesa? Na cidade de Tilburg (ao sul dos Países Baixos) que começou uma mudança radical durante o mesmo momento – perto dos anos 1980 – graças a à primeira ciclovia com revestimento vermelho (9). Nada de muito original em si, visto que os dinamarqueses e ingleses, de forma geral, já usavam a cor azul em suas ciclovias. A mudança reside no fato de que todo o país, gradativamente, seguiu o mesmo caminho e que hoje em dia a cor vermelha no solo é reservada aos ciclistas. Essa visibilidade os ajuda bastante durante seus deslocamentos (10)(11).
isabelleetlevelo.
Tilburg
Fontes
-
Universiteit van Wroclaw. Erasmus Leerstoel voor Nederlandse Filologie. Radoslaw Lesisz. Honderd jaar fietsen in Nederland 1850-1950. Over het begin van de fietscultuur,2004.
-
Konzepte für den Radverkehr.Tilman Bracher.
-
Frédéric Héran : Le retour de la Bicyclette.
-
Le Nord Touristique. Roubaix. Departement du Nord. Trottoirs Cyclabes au 1er Mars 1943.
-
https://en.wikipedia.org/wiki/Milton_Keynes_redway_system#cite_note-1
-
As ciclovias da cidade foram pintadas sem regulamentação legal ou técnica. Hoje em dia, a cor vermelha é recomendada, mas não há obrigatoriedade, embora esteja por todo o país.
-
Pessoalmente, o tradutor deste artigo não acredito que a cor vermelha seja, necessariamente, a mais interessante para as ciclovias e ciclofaixas do Brasil.
Hans Kremers é holandes, arquiteto, especialista em bicicleta e atualmente vive na França.
Isabelle Lesens é jornalista, autora do blog Isabelle et le vélo, o mais importante para saber sobre o uso da bicicleta como modo de transporte na França.