Diário das Magrelas: Bike na chuva por uma iniciante
De um lado minha mãe insistia que eu não saísse de bike naquele dia chuvoso, do outro, postagens no Facebook (o meu é cheio de ciclistas) me incentivavam a encarar a água ao invés do trânsito.
Depois de temporadas de secas com esparsas e nada volumosas garoas, a chuva chegou e chegou com tudo. Outro dia, a manhã chuvosa me fez a pergunta (ou quem sabe a afirmação) “Vai de Bike…”. A previsão era certa de que o tempo não mudaria; o céu ia chorar o dia todo, a água que vem faltando em muitas torneiras na capital paulista.
Giuliana Pompeu
Minha selfie quando a chuva ainda era uma garoa
De um lado minha mãe insistia que eu não saísse de bike naquele dia chuvoso, do outro, postagens no Facebook (o meu é cheio de ciclistas) me incentivavam a encarar a água ao invés do trânsito. Ir trabalhar e estudar de ônibus significaria muitos minutos de espera de baixo de um guarda chuva, que me protegeria tanto quanto a capa na magrela.
Depois de trocar de mochila e de sapato, pensei que afinal não seria tão ruim um pouco d’ água. Por mais desconfortável que seja a barra da calça molhada, o estresse é muito maior quando vejo as ruas congestionadas pelo vidro do busão. Contudo, todavia e entretanto, existem alguns importantes cuidados que todo ciclistas precisa ter quando coloca a bike no asfalto num dia de chuva. Inclusive, todos os meus incidentes aconteceram com o asfalto molhado.
Vai de devagar e olha pra frente!
Estava pedalando na ciclovia da Rua Albuquerque Lins e no cruzamento com a Alameda Barros fui pro chão. (Bosta!) A corrente da bike saiu, sujei minhas mãos e confesso que pensei em dar meia volta, deixar a bicicleta em casa e encarrar o dia de transporte público. Eu de fato dei meia volta e na segurança da ciclovia percebi que a bike estava ok e eu também. Mais uma meia volta e em minutos estava no mesmo ponto que a pouco me derrubara.
Por onde a ciclovia foi pintada naquela rua, o asfalto acabava como uma onda. A matemática é simples: tinta, água, óleo, desnível de asfalto e inexperiência de pilotagem, me levaram pro chão. E tudo podia ser evitado se eu não tivesse olhado para minha bota e deixado de ver o desnível, que poderia ser um buraco, um galho ou uma tampa de bueiro. Tudo vira sabão.
Giuliana Pompeu
Ciclovia da Rua Albuquerque Lins
Já na Ciclovia da Paulista, com a chuva voltando de sua breve trégua, para embalar a minha pedalada molhada, coloquei para tocar nos fones de ouvido a música mais clássica de chuva aos meus ouvidos: Oh Chuva!
Segura na descida!
O tempo de frenagem é maior, o asfalto escorrega, os motoristas não enxergam, etc. Sem história, só segura!
Na subida, a gravidade!
Depois de uma tarde com muita água, São Paulo estava parada. Muitos pontos de alagamento e muitos mais de congestionamento. Mas para nós ciclistas, os minutos a mais são apenas para prestar melhor atenção. Subi na bike usando a capa com um truque dado aqui no bike é legal, que ajudou a molhar menos minhas pernas, e ao chegar na Alameda Campinas me senti intimidada pelos carros que com seus motores não diminuem por causa de galho na pista, muito menos na subida.
A solução foi simples, desci da bike e fui pra calçada. Para mim, uma ciclista ainda sem muitas habilidades em situações hostis com chuva (incluindo desníveis de calçadas, como é o caso na Al. Campinas), essa foi uma ótima solução. Não gastei nem dez minutos a mais e não me arrisquei com uma queda na rua e nem na calçada.
No fim do dia, um amigo ofereceu uma carona, tirei a roda da frente e ele abaixou os bancos. Com a bike já bem acomodada, ironicamente, a chuva parou de cair.
Boas pedaladas (na chuva) para todos!
Confira abaixo uma vídeorreportagem de Renata Falzoni e Felipe Meireles sobre pedalar na chuva!