MTB Extremo: O novo ciclo de Luana Oliveira
Sempre é uma honra poder falar da Luana. Esta garota é uma das poucas representantes brasileiras do MTB extremo fora do país.
Luana é uma atleta de destaque e representa a nova geração. Suas pedaladas são motivo de orgulho e inspiração, principalmente para o público feminino (bom, já dá pra ver que eu sou super fã, heheheh).
O FREIO
Já tem mais de um ano que Luana vem se queixando de uma dor nos ombros, comum entre os atletas de DH. Como a bike anda em alta velocidade e tem grande incidência de impacto, as articulações sofrem um desgate excessivo, sem citar as mil fraturas que, nós praticantes, corremos o risco de sofrer a cada descida.
Diferente de uma fratura, Luana carregou silenciosamente essa lesão: “Essa dor me acompanha já há algum tempo. Logo depois de um tombo passei a sentí-la, mas não via oportunidade de parar de andar para tratar a lesão. Estava no meio de muitas mudanças em minha vida profissional e não podia perder aquela chance, então continuei andando, mas dando uma atenção muito grande aos exercícios de fortalecimento para o meu ombro, que me ajudaram muito e fizeram com que eu conseguisse competir perfeitamente na maioria das vezes.”
Foi um peso difícil de carregar durante a última temporada, mas Luana tira disso uma mensagem super positiva:
“Lesões são obstáculos normais nos esportes de alto rendimento, principalmente nos radicais. Acredito muito na ideia que isso aconteceu para a melhoria do meu desempenho. Claro que gostaria de ter competido temporada até o final, mas respeito o tempo e tento ver tudo isso por um lado positivo. Durante as provas a lesão chegava a me incomodar bastante, embora eu tenha conseguido superar a dificuldade e conseguir excelentes resultados.”
Nas últimas corridas da Copa do Mundo de MTB DH organizadas pela UCI (Union Cycliste Internationale) Luana lembra que sentiu muita dor durante as descidas, e isso tirava demais sua força e concentração. Lógico que isso aumenta a dificuldade.
A decisão pela cirurgia aconteceu num dia agitado. Luana estava envolvida com o planejamento das próximas corridas e em projetos paralelos à carreira, quando o resultado da ressonância chegou. A ruptura era considerável, e a cirurgia, uma certeza.
“Pensei na prioridade dos objetivos que estão por vir, que são muito maiores, então achei essa a hora exata para resolver e voltar mais forte ainda para a próxima temporada”.
O FLORESCER
Luana teve um período de recuperação normal, e já pensa em voltar para o seu treino fora das pistas.
O cross country como um treino de resistência e a academia tradicional para treino de força são sua base. Luana também é adepta da Yoga para alinhar o lado espiritural, da natação para que a respiração flua bem, além de pliometria (forma de exercício que busca a máxima utilização dos músculos em movimentos rápidos e de explosão ).
E não para por aí! Luana diz: “Nessa próxima pré-temporada irei acrescentar o ciclismo de estrada, que me ajuda bastante na força e potência da pedalada. Foco muito nos treinos específicos, mas o treino de base têm a mesma importância para chegar 100% preparada para as competições. “
Nessas horas o atleta enfrenta uma tendência normal de abalos na auto estima e dificuldade de recuperar a rotina. Luana foi guerreira e está florescendo essa situação da melhor maneira possível, estamos torcendo!
E A CALIFÓRNIA?
Em 2012, Luana fechou uma parceria com a TNT Energy Drink. Juntando esforços com seus outros patrocinadores, foi articulada a grande oportunidade de estar em uma das mecas dos esportes radicais no mundo: a Califórnia.
Sair de casa nunca é uma decisão fácil. Mas quando se fala de carreira, é uma obrigação.
Luana entende isso como uma experiência ótima! Além do alto nível dos atletas locais com quem ela pode aprender, existem muitas opções de pistas próximas de onde ela mora.
“Ter a oportunidade de conviver com estilos diferentes e a evolução que tenho por essa nova fase me motiva cada vez mais. O valor que dou a essa oportunidade é muito grande e aproveito da melhor maneira.”
Em comparação com as épocas no Brasil, a frequência de treino é muito maior por lá, e isso é um determinante na carreira de um atleta.
“Passei algumas barreiras para me estabilizar lá e como sempre a força do amor que sinto pelo esporte é que me mantém em pé, para o que der e vier”
OLHANDO PARA A FRENTE
A lesão no ombro a impediu de neste ano concretizar o antigo objetivo de completar o circuito da copa do mundo e participar do campeonato mundial. Mesmo assim, o saldo da temporada foi proveitoso, pois Luana representou o Brasil em campeonatos de grande destaque nos EUA: Etapas do Winter Series e Sea Otter. Sem mencionar as etapas da copa do mundo ocorridas no começo do ano (Fort William e Val di Sole).
“Primeiramente eu sou muito grata por todos que de alguma forma me ajudaram para estar aqui, tanto com pensamentos positivos, quanto com todos meus patrocínios, de pessoas que acreditam e estão comigo em busca desse sonho. Com certeza, sem eles nada disso seria possível. O ano de 2014 será muito especial! Com tudo que aconteceu eu venho aprendendo muito e buscando a cada dia mais aprendizado, não só o físico como principalmente mental.”
Veja o perfil de Luana e seus princípios no vídeo.
“Estou muito empolgada pra voltar a andar e a competir, estou muito confiante e com uma equipe de ótimos profissionais que estão totalmente sincronizados e multiplicando a cada dia minha evolução”, diz Luana.