Como os jornais brasileiros tratam a Segurança em Mobilidade Urbana
Um estudo da Agência de Notícias dos Direitos da Infância para a Organização Mundial de Saúde, mostrou um diagnóstico representativo sobre como a mobilidade urbana é tratada por jornais no Brasil.
Um estudo realizado pela ANDI (Agência de Notícias dos Direitos da Infância) para a Organização Mundial de Saúde, mostrou um diagnóstico bastante representativo sobre como a mobilidade urbana é tratada por jornais impressos no Brasil no que se refere à segurança.
A proposta é conhecer a extensão e profundidade desse noticiário, identificando a atuação das redações no agendamento de questões relevantes, na difusão de informações contextualizadas e no acompanhamento de programas e políticas na área.
João Lacerda
Pedestre nas ruas da cidade.
O resultado não é muito animador pelo retrato que mostra da cobertura da mídia. O foco é majoritariamente em “acidentes” e vítimas. Do total de jornais pesquisados, regionais e nacionais, apenas 6,5% das pautas pesquisadas faziam menção à políticas públicas. Desses, apenas 17,9% mencionaram o orçamento público.
Mais do que lamentar o retrato apresentado, é preciso ir além e qualificar o debate sobre mobilidade urbana. Mortes no trânsito só serão solucionadas com preceitos como a “Visão Zero” sueca, que diz que:
“Nunca pode ser eticamente aceitável que alguém morra ou fique gravemente ferido enquanto se desloca pelo sistema rodoviário de transporte.”
A reversão de preceitos éticos é um longo caminho sem dúvida, mas que precisamos entrar nele o quanto antes. Por hora contamos apenas com campanhas sobre mobilidade urbana que muitas vezes reforçam preconceitos e impõe a continuidade à visão de que as ruas das cidades foram feitas para a circulação veloz (e muitas vezes irresponsável) de veículos automotores.
Promover a bicicleta é acima de tudo entender que as ruas das nossas cidades devem ser espaços éticos de circulação em que erros humanos (sempre presentes) deixem de ser atalhos para a pena de morte dos usuários mais frágeis. Afinal em um “acidente” de trânsito no Brasil a vítima mais corriqueira é o pedestre.
Faça o download do estudo: “A Mídia e a Segurança no Trânsito: uma Radiografia da Cobertura de 11 Diários Brasileiros” e saiba mais sobre o conceito de “Visão Zero”