Via Claudia Augusta a cicloestrada que corta os Alpes na Europa
Enquanto milhares de cidades em todo o mundo festejam a semana do 22 de Setembro o Dia Mundial sem Carro, eu me encontro na Europa, pedalando pela Via Claudia Augusta.
Enquanto milhares de cidades em todo o mundo festejam a semana do 22 de Setembro o Dia Mundial sem Carro, eu me encontro na Europa, na companhia de Paulo de Tarso Martins, pedalando por uma estrada romana construída nos primeiros anos da era cristã, é a Via Claudia Augusta.
São 770 km entre Alemanha, Austria e Itália, cruzando o leste dos Alpes.
O trajeto é todo sinalizado, muito variado e não há como explicar o que é viajar por uma série de estradas de bicicleta, interligadas, que fazem parte de uma estrutura cicloviária de um continente. Não existe nada similar no Brasil ou mesmo na América.
Imagine você sair de São Paulo, por exemplo e ir até Campinas por uma estrada que serpenteia ao longo da Rodovia dos Bandeirantes, que passa pelo centro das cidades do caminho, toda sinalizada e nas passagens em nível com avenidas ou ruas, a preferência ser sempre do ciclista e do pedestre.
Pode ser São Paulo a Santos, São Paulo ao Rio de janeiro, Rio de Janeiro a Teresópolis, qualquer roteiro, eleja o seu.
Pois bem por aqui as cicloestradas cruzam o continente europeu todo e as sinalizações são democráticas. Para todos os modais. Não há calçadas ou ciclovias “sem saída”.
Bicicleta é bagagem aceita nos metros, ônibus e trens e por aí vai. Tudo descomplicado. Não há a “bikefobia” de que o Brasil padece.
Na real não há preconceito. Em nosso país a real é que pedestres, ciclistas portadores de deficiência, são tratados como cidadãos de segunda categoria. Sem direito a direitos.
Somente hoje foram 100 km, entre Merano e Trento. Acredito ter cruzado pelo menos umas mil bicicletas durante esse trajeto no mínimo.
Toda a sorte de ciclistas. Muitos cicloturistas, famílias inteiras em viagem, com alforges, muitos trabalhadores em transporte, crianças brincando (aqui ainda estão em férias de verão) corredores a pé, cães em bagageiros, pelotões de ciclistas em treino.
Seguem fotos para provar.
Enquanto isso aí em São Paulo, pode ser que saia, depois de 21 anos da primeira proposta, a ciclovia da marginal do Rio Pinheiros.
Quem primeiro levou essa idéia à então EMURB, às autoridades da EletroPaulo e a então FEPASA (ou era RFFSA?) foi o falecido arquiteto Sérgio Bianco em 1988. Na época fizemos um passeio de bike com as minhas várias Caloi Cruisers que sobraram de um evento que eu promovi em campos de Jordão, pelas estradas de terra marginais ao rio.
Se essa Ciclovia da Marginal rolar – muito necessária pois atenderia a demanda do acostamento surrupiado há uns meses da marginal entre as pontes Morumbi e João Dias, (vide post anterior), pretendo doar um banco para ser instalado na beira do rio, para podermos contemplar as capivaras e garças nadando sobre as garrafas pets nas águas do nosso esgoto a céu aberto: o Rio Pinheiros.
Pedalando por aqui, fica difícil achar isso uma vitória… mas é!
Mais fotos e informações no site do Sampa Bikers.