Tecnologia a serviço da cidadania
Além trabalhar nos canais ESPN, também faço o Bike Reporter da rede Eldorado, que consiste em pedalar pelas ruas da cidade de São Paulo na hora do rush, manhã e tarde, reportando pelo celular em bolet
Além trabalhar nos canais ESPN, também faço o Bike Reporter da rede Eldorado, que consiste em pedalar pelas ruas da cidade de São Paulo na hora do rush, manhã e tarde, reportando pelo celular em boletins ao vivo, as condições do trânsito da cidade.
Essa tarefa é dividida com os colegas Marcelo Siqueira, Felipe Aragonez, Tomaz Cavalieri e Felipe Meireles.
O cidadão que pedala ou caminha para se deslocar tem uma visão bastante diferente da nossa cidade se comparada à visão dos que vão dentro de carros, de taxis, ou mesmo de ônibus.
Assim um simples grafite pode ser o tema de um boletim, um buraco de rua, ou mesmo a gentileza (ou não) de um motorista frente ao pedestre, a uma mulher com criança essas coisas.
Ultimamente tenho focado meus olhos nos pedestres, que muitas vezes são apontados como responsáveis pelos seus próprios atropelamentos, ao atravessarem ruas e avenidas em locais tidos impróprios. As notícias sempre soam a suicídio e nunca a assassinato. Somente em São Paulo, são 4 que morrem todos os dias atropelados, sem falar nas 12 vidas perdidas tambném ao dia, nos hospitais vítimas de problemas decorrentes da poluição do ar.
O que de fato acontece é que inexistem faixas de pedestres em pontos cruciais como pontes e viadutos; em várias esquinas movimentadas, virar a direita é livre aos carros, impossibilitando aos pedestres uma travessia rápida e segura, sem falar na distâncias entre as faixas do ponto onde os cidadãos a pé já traçaram as suas rotas.
Veja bem eu usei a palavra ROTA. Até o arquiteto Oscar Niemeyer cuja obra não contempla a mobilidade de pedestres, diz que as ROTAS DOS PEDESTRES depois de terem sido traçadas de forma orgânica, naturalmente, pela lei do menor esforço, pela necessidade de se economizar tempo e energia, devem ser respeitadas e sinalizadas.
Isso não aconteceu em Brasília, cidade assinada por Oscar Niemeyer. No entanto as poucas faixas de pedestres de Brasília são respeitadas por imposição do então governador do DF Cristóvão Buarque, que no ano de 1997 estabeleceu “tolerância zero” ao motorista que desrespeitasse os pedestres. Com base em educação de trânsito e impiedosas multas, o resultado chegou em menos de um mes.
Aqui em São Paulo, a CET não multa o motorista que desrespeita o pedestre, a mobilidade a pé e em bicicleta é desconsiderado nos investimentos de infraestrutura urbana e todos os dias eu testemunho absurdos nas ruas, calçadas, pontes e viadutos, sob as barbas da CET, a direta responsável por esse estado lastimável em que os pedestres e ciclistas de São Paulo se encontram.
Usei do espaço do Bike Reporter na Rede Eldorado (AM700 e FM92,9) para denunciar o fato de que os marronzinhos da CET estavam multando os motoristas fora do rodízio na ponte da Avenida Cidade Jardim em vez de ajudar os pedestres a atravessar a alça de acesso da marginal Pinheiros à ponte CidadeJardim, onde inexiste faixa de pedestre como já comentei. (veja foto aérea Google)
A bronca deu resultado pois no dia seguinte a CET estava lá como sempre, e fiquei pasma de ver que havia uma mulher marronzinha ajudando piedosamente os pedestres a atravessar a referida alça, como aquele olhar de “Santa Maria” a serviço do cidadão. Entendi que a pressão do boletim do Bike Reporter da Rede Eldorado havia dado resultado.
Passado uma semana o quadro retornou a origem. CET multando e pedestres se atirando em frente aos carros.
Filmei pelo celular, veja a cena.
Renata Falzoni
CET MULTA, PEDESTRE ATRAVESSA SEM AJUDA
Imediatamente após perceber estar sendo filmado, o marronzinho da CET passou a ajudar os pedestres.
Renata Falzoni
CET SE REDIME