Quebra de Paradígma
Ninguém entende porque alguém em sã consciência briga pelo direito de se locomover ao lado de carros a milhão por hora, em um lugar poluído, sujo, barulhento, então calei-me.
Faz tempo não escrevo e o motivo é um só:
INDIGNAÇÃO! Vide o último post, sobre o perda do acostamento na marginal para os carros. 17 de abril de 2009.
Ninguém entende porque alguém em sã consciência briga pelo direito de se locomover ao lado de carros a milhão por hora, em um lugar poluído, sujo, barulhento, então calei-me.
Mudei o foco. Vou dar a volta e quebrar o paradígma.
Agora eu vou bater nessa única tecla:
CAMINHOS.
A pergunta é:
_ Cadê os caminhos das pessoas na cidade? Qual a rota dos que vão a pé, em cadeiras de roda, em carrinhos de bebês, patins, sk8, bicicletas?
Os caminhos dos carros eu os conheço, estão todos sinalizados auditados e congestionados.
A cidade está cizalhada pela malha viária automotiva e os caminhos das pessoas não estão traçados.
Motivos? Um básico, o cidadão a pé é resto! Mas não vou perder tempo nessa constatação a partir de agora é:
SINALIZAÇÃO JÁ!
Que as rotas respeitem o mais fácil, o mais direto, o plano para facilitar a vida dos que se locomovem com energia humana, os “sem motor”: pedestres, cadeirantes, bebês em carrinhos, bicicletas, sk8, patins, patinete o que for.
Quanto mais fáceis as rotas, menos carro na rua.
O conceito da preferência, da hierarquia no trânsito será obedecida por todos. As regras também, não importando a idade do cidadão ou a modalidade em ele se transporta.
Autoridades também. Estas se incubirão de orientar e multar os infratores desde pedestres, cadeirantes, ciclistas a motociclistas e motoristas de qualquer veículo a motor (ou não).
Já na segunda série da escola será ensinado as crianças sobre mobilidade onde se aprenderá desde cedo a transitar e respeitar a vida.
De imediato para São Paulo, as rotas seguirão as marginais dos rios Pinheiros e Tietê (já existem as ruas de terras), O acesso será pelas atuais pontes e as várias outras abandonadas sem uso, prontas para nosso uso.
Carros estacionados darão espaço a vias de cadeirantes e ciclistas pelas Vilas Madalena, Mariana, Beatriz, os Jardins, Cerqueira César, Lapa, Pinheiros e seus altos, Brooklin o Centro, as baixadas do Tietê, do Glicério, radial Leste e por aí vai.
Argumentos como onde vou parar meu carro, distância, ladeira, poluição, segurança, o que for serão dissolvidos por uma única frase:
SINALIZAÇAO DAS ROTAS DOS SEM MOTOR JÁ!
Estou chovendo tempestade no molhado pois tudo isso está na LEI.
Façam a conta, essa estrutura toda, todinha, não custa nem os pilares de uma Ponte Estaiada que não serve aos humanos sem motor. E como obra de engenharia é burra pois ponte estaiada em curva custa caro, é só para ser bonita, para brasileiro enganado ver.
E veja bem, não estou (mais) falando em tirar as faixas roubadas pelos carros e devolvê-las a nossa circulação.
Estou falando apenas do resto que é o espaço que nos cabe!
TODO O RESTO SINALIZADO JÁ!
Renata Falzoni