Ciclistas farão "vigília" em Ciclovia que será fechada para obras em São Paulo
Com mais de 10 mil utilizações semanais - dados da CPTM - a Ciclovia Rio Pinheiros, em São Paulo, será interrompida por um período de 24 meses. A interdição ocorre para realização de obras do metrô.
Com mais de 10 mil utilizações semanais – dados da CPTM – a Ciclovia Rio Pinheiros, em São Paulo, será interrompida por um período de 24 meses, para realização de obras da futura estação Morumbi do Metrô e estruturas do Monotrilho. A interdição ocorre a partir do dia 7 de outubro, próxima segunda-feira. Mas no final de semana, cidadãos pretendem realizar um protesto pacífico, permanecendo na Ciclovia por 25 horas.
A ideia é acampar embaixo da Ponte Estaiada, desde as 18 horas do sábado até as 19 horas do domingo. A Ciclovia Rio Pinheiros é aberta à população apenas das 5h30 às 18h30.
“A interrupção da ciclovia impede o deslocamento dos cidadãos que optam pela bicicleta, o treinamento de quem pratica ciclismo na ciclovia e isola um dos trechos da Ciclofaixa de Lazer”, declara a página do evento. Veja aqui.

Sem alternativa
Que as obras do Monotrilho são necessárias, embora possa se questionar o formato da solução, todos concordam. Mas deve ser oferecida uma alternativa aos cidadãos que dependem dessa via para se deslocar, treinar ou mesmo passear. As vias da região são reconhecidamente agressivas à circulação de bicicletas.
Tentamos sem sucesso obter um posicionamento junto aos órgãos públicos envolvidos diretamente, ou que poderiam oferecer uma solução paliativa. A Secretaria Municipal de Transportes, que poderia sinalizar vias no entorno, pediu que entrássemos em contato com a CPTM, responsável pela Ciclovia. A CPTM informou que havia encaminhado nossa solicitação ao Metrô. Este, por sua vez, não nos deu resposta até o fechamento desta matéria, apesar do nosso contato por e-mail na segunda-feira à tarde e as ligações insistentes durante a manhã de terça-feira.
Sem alternativa, parte dos cidadãos que utilizam a ciclovia para ir trabalhar diariamente deixarão de usar a bicicleta e colocarão seus carros nas ruas, ou voltarão a usar o já lotado sistema de trens da Linha 9 – Esmeralda. Outra parte passará a circular nas pistas da Marginal Pinheiros, via de trânsito agressivo, veloz e repleto de veículos pesados. Que o custo dessa omissão não seja pago em mortes.