Conheça a brasileira que representa o Brasil no BMX Freestyle
Aos 17 anos, Eduarda Penso volta da China com uma vaga garantida para os Jogos Olímpicos da Juventude Buenos Aires 2018. A atleta de BMX Freestyle conquistou o 4º lugar na categoria juvenil e 15º entre a Elite no UCI BMX Freestyle World Championship.
Eduarda é a única atleta mulher representando o Brasil agora que a modalidade foi incluída nas Olimpíadas e espera que toda essa exposição possa atrair mais mulheres para o esporte predominantemente masculino.
O Bike é Legal bateu um papo com a paranaense para saber os desafios de começar na modalidade e o que motivou sua escolha pela bicicleta aro 20.
Nascida no século XXI, engana-se quem pensa que Dudinha não precisou ouvir “Mas isso não é esporte de menino?” quando começou a ir com sua mãe na pista de esportes radicais da cidade de Francisco Beltrão. Única da cidade, a pista está longe de ser a ideal para uma atleta profissional, mas é por lá que Duda faz seu treino e mostra porque o BMX também é para as meninas.
“Quando comecei a ir para a pista tinha 11 anos e ainda usava uma bicicleta comum. O legal é que minha família percebeu que eu gostava do esporte e incentivou; foi meu avô quem me presenteou com uma Pro X”, conta Eduarda.
Mas é na cena do esporte que as mulheres enfrentam os desafios na prática do BMX: pouquíssimos campeonatos com categoria feminina, poucas marcas com vontade de patrocinar essas atletas e um “’lifestyle’” por vezes machista.
“Aos 14 anos, participei de um campeonato regional e fiquei com o 5ª lugar entre mais de 40 competidores homens. Eu era a única garota competindo e teve muito cara que questionou minha classificação”, comenta a BMXER.
Eduarda se destaca entre as brasileiras do BMX por conseguir mandar manobras como tailwhip, can one foot, no hander, barspin e nac nac. Confira nesse vídeo feito em parceria com o Bike é Legal:
Agora nos Jogos Olímpicos, o BMX Freestyle ganha visibilidade e os atletas apoio da Confederação Brasileira de Ciclismo. À frente da modalidade, Diogo Canina e Flavia Santos selecionaram os atletas brasileiros que foram para sua primeira competição válida pela UCI.
Além de Eduarda Penso, estiveram competindo pelo Brasil na cidade de Chengdu os atletas André Jesus, Cauan Madona, Caio Rabisco e Gustavo Batista – Balaloka.
Em terras brasileiras, as garotas da bicicletinha precisam enfrentar a carga patriarcal da cena, mas os maiores desafios do esporte não tem preconceito de gênero; falta muita estrutura para treino. Centro de esportes radicais que sejam bem pensados e construídos para acomodar diversas modalidade com diferentes níveis de execução são a base de novos atletas.
E esse tipo de estrutura, bem como outras formas de suporte para com os atletas regionais, depende, sobretudo, da articulação dos próprios municípios. “Sempre fui atrás de apoio e patrocínios. A gente precisa de muita ajuda e não são só as marcas de bike que podem colaborar”, comenta a atleta
Além de BMXER, Dudinha é atleta de vôlei e atletismo, e ainda toca piano e violão para não faltar habilidades.
Torcemos para que o BMX brasileiro apoie essa e outras atletas que por aí virão!