Pedal pela Rota do Queijo em Cabreúva-SP
Uma das coisas mais legais de pedalar entre as montanhas é descobrir pequenos lugares com alma e desvendar suas histórias, com o aumento do interesse pelos produtos artesanais, fui atrás do Caminho do Queijo Artesanal Paulista.
Essa é uma rota que passa por fazendas produtoras de queijos de alta qualidade espalhadas pelo interior de São Paulo. Hoje já temos mais de dez produtores que usam esse selo e tem os produtos reconhecidos fora do país, com prêmios que nos enchem de orgulho.
Resolvemos visitar algumas delas durante o ano. Começamos em março com a Pé do Morro, que busca a produção orgânica e natural de queijos, vinhos e azeites em Cabreúva (SP), no alto da Serra do Japi.
Elaboramos uma rota para chegar lá de bicicleta, o ponto de partida seria o clássico Empório Uai, localizado na mesma cidade da fazenda e que virou uma parada obrigatória aos ciclistas que pedalam por Romeiros. O famoso Mineiro já recebe os visitantes com um pedaço de queijo na mão, gelo no formato da caramanhola e vira seu melhor amigo em menos de um minuto.
Do ponto zero, devidamente alimentados com café e pão de queijo recheado, partimos para pegar um trecho de asfalto até entrarmos na terra na Olaria Spina, desse ponto em diante, começamos a subir e a enxergarmos a cidade cada vez menor.
A sequência de subidas é boa e bonita, até chegarmos a um longo muro de pedras que nos pede para paramos para uma foto e respirar o ar fresco da montanha. Descemos sentido Bom Fim do Bom Jesus, da pequena igreja rosa e voltamos para a terra.
Fomos recebidos na porteira da propriedade com uma longa subida de bloquetes e quando, enfim, chegamos, a mesa estava repleta de queijos cortados, pães artesanais e suco de uva gelado, tudo isso sob o olhar do verde da linda Serra do Japi. Fizemos um tour pelo parreiral, olival, câmara de maturação e futuras instalações da fazenda.
A história do Erico Kolya, proprietário da Pé do Morro, é muito legal. Ele trabalhou por anos no mundo corporativo, até um plano de demissão voluntária chamá-lo para o destino.
Erico pegou suas coisas e foi morar na Alemanha e Argentina, onde ficou trabalhando em fazendas de queijo, uvas e azeite, trocando a mão de obra por cama e comida. Quando aprendeu o suficiente, retornou para as terras que tinha na Serra do Japi e decidiu que iria trabalhar com o que gostava, e a ascensão do mercado de queijo foi puxando ele.
Hoje, o Erico trabalha com quatro tipos de queijo e atende as casas especializadas de São Paulo. Além disso, tem um café que funciona aos finais de semana e já pensa em construir cabanas para imersão na natureza.
Saímos de lá carregados de queijos e voltamos com uma altimetria muito mais convidativa até nosso ponto de origem, acreditamos nessa força do tripé da sustentabilidade ajudando o crescimento do comércio local, do pequeno produtor e as possibilidades dessa nova economia.
O grupo voltou para São Paulo mas já com data para a próxima Queijaria, dia 01 de Maio, a One Bike Hub irá para Amparo, conhecer mais de perto a história do Paulo e da Fazenda Atalaia. Que tal?