Brasil Road Ride – Pardinho, uma prova para amantes de ciclismo e viagens
O Brasil Ride é conhecido por fazer provas desafiadoras de mountain bike, onde os atletas e suas máquinas chegam ao limite extremo. O português Mario Roma e sua mulher Andrea são os responsáveis pela criação das rotas e de toda organização.

Brasil Road Ride – Pardinho/ @Divulgação
Para sorte dos ciclistas de estrada, eles também criaram uma etapa Road e o cenário escolhido foi a região do Polo Cuesta, composta por formações rochosas comuns de um lado e leve declive – em forma de escarpa – do outro. As cidades paulistas de Bofete, Botucatu e Pardinho formam esse polo.
A largada se deu na cidade de Pardinho,já famosa por esse tipo de terreno. Há três pontos turísticos conhecidos por essas formações rochosas: as Três Pedras, onde o visual é de tirar o fôlego; Pedra do Índio; e o mais famoso de todos é o Gigante Deitado, que nos faz lembrar a silhueta de um gigante descansando, e onde acabaram de inaugurar uma extensa tirolesa para os corajosos que querem deslizar pelo vale.
Além da região ser favorecida pela beleza natural, a parte gastronômica também se destaca. Um dos pontos de encontro mais antigos é o Bar do Vivan, famoso pela vista, pela coxinha e pelos papagaios que vem comer na sua mão.
O Caminho Artesanal do Queijo Paulista tem o Pardinho Artesanal como representante e uma estrutura muito bem montada. É preciso agendar a visita! Ainda tem o Cuesta Café, um lugar delicioso no alto da serra para relaxar e curtir a natureza.
Agora vamos falar da prova!
Dia 27 de maio foi a data escolhida para sua realização, e apesar da conturbada situação no abastecimento de gasolina, a prova foi mantida e 300 atletas aproximadamente estiveram presentes.

Momento da largada / @Divulgação
A prova já ficou classificada entre as 10 melhores de ciclismo de estrada e ganhou Três Guidões de Ouro; fomos de perto entender a razão.
O circuito se inicia no posto Rodoserv Star, na Rodovia Castelo Branco, e logo de cara o desafio são seis quilômetros de serra com uma diferença altimétrica de 300 metros. A impressão que temos é que Pardinho fica em uma montanha, cercada de montanhas por todos os lados. O sobe e desce é constante durante todos os 70 km, exigindo bastante das pernas e da cabeça.
Os ciclistas mais rápidos formaram blocos e foram ganhando terreno. O trajeto linear possibilitou acompanhar a dinâmica e velocidade desses pelotões enquanto voltavam. O vento ajudou em boa parte e o agrupamento com outros ciclistas que estavam no mesmo ritmo permitiu controlar e armazenar as energias até o final.
O pórtico de chegada fica bem no alto de uma subida, com uma inclinação que faz os olhos encherem de lágrimas. Ali se encerra a cronometragem, mas ainda tínhamos cinco quilômetros de descida pra curtir o feito, respirar mais fundo e parabenizar os ciclistas ao lado.
A prova conta com boa organização, dois pontos de hidratação e o asfalto, que geralmente é um problema para as provas de estrada, estava em ótimas condições. As estradas são abertas apenas para os ciclistas e o tempo limite para completar o circuito são de quatro horas.
A volta para São Paulo foi com a medalha pendurada, um olho na estrada e outro no ponteiro de gasolina. Em 2019, a Brasil Road Ride terá uma nova edição; espero que mais pessoas consigam chegar até lá.