A urgente democratização da cidade e do cicloativismo
Ciclocidade organiza 4ª Formação em Ciclomobilidade e coloca em pauta a incidência política do movimentos em diferentes esferas das sociedade.
Nesse final de semana rolou a quarta edição do Curso de Formação em Ciclomobilidade organizada pela Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo. O intensivão de uma noite mais dois dias colocou em debate a incidência política dos movimentos pela mobilidade ativa na capital paulista e o potencial de cada cidadão como agente de transformação no processo de democratização do acesso à cidade.

Quarta formação em Ciclomobilidade/ © Divulgação
Com o entendimento de que esses agentes precisam estar em diferentes regiões da metrópole e ocupando distintos lugares de fala, a seleção dos participantes se deu com a promoção de paridades. Em 2017, o número de mulheres em formação era equivalente aos dos homens – bem como em palestra – , mais negros e negras participaram do curso e assuntos que se interseccionam à mobilidade e ao acesso à cidade foram colocados em pauta.
Destaque para a fala de Carmen Silva , do Movimento Sem Teto do Centro, que compartilhou seu entendimento de moradia como parte da mobilidade de uma cidade e vice versa. Seguida pelas falas de Tulio Custódio , do Sistema Negro, e Marcio Black, da Minha Sampa, que falaram sobre os limites sociais desenhados por uma sociedade racista que marginaliza os corpos negros.
O documentário “Bicicleta Brasil – Pedalar é Um Direito” também fez parte da programação com um debate sobre o início do movimento cicloativista e as primeiras políticas nacionais pelo direito ao uso da bicicleta como veículo no Brasil. Renata Falzoni fez parte dessa mesa e de uma segunda sobre ‘treinamento em mídia – como incluir a mobilidade na pauta’.
A programação também contou com exposições de dados sobre políticas de trânsito e redução de mortes, além de debates sobre os caminhos legais para intensificar a participação social nas decisões do poder público. Ao todo foram dez atividades integrando a formação de 20 horas com certificação da Ciclocidade. O curso é uma maneira de ampliar e pluralizar o discurso e a luta pela mobilidade ativa.
Em um parecer pessoal, diria que a formação é um caminho para enraizar o entendimento mais democrático do acesso à cidade em diferentes meios de ação e troca de conhecimento. Uma revolução silenciosa para tornar as cidades mais acessíveis as inúmeras realidades sociais que resistem no espaço urbano.
No ano que vem, a formação chegará a sua quinta edição e o recado que a Ciclocidade deixou esse final de semana é de que está com as portas abertas para novos diálogos e em busca de democratizar a si mesma. Para entender melhor as ações da Ciclocidade e se associar, acesse o site oficial!