Brasileiro pedala 30 mil km e corre 6 ultramaratonas pela América do Sul
Breno Bizinoto saiu pedalando de Belo Horizonte há um mês e assim vai até novembro do ano que vem; projeto Ciclo Sul é uma volta pelo continente.
Uma viagem de bicicleta por algumas das regiões mais bonitas da América do Sul, com trajetos belíssimos e visuais inesquecíveis. Mas não para por aí: serão 6 ultramaratonas de mountain bike durante o trajeto, totalizando cerca de 30 mil quilômetros pedalados em 14 meses. Este é o desafio imposto pelo atleta Breno Bizinoto no projeto Ciclo Sul, que começou no mês passado em Belo Horizonte-MG e vai até novembro de 2018, quando volta à capital mineira para encerrar a cicloviagem.
Competidor assíduo de maratonas em várias partes do mundo, desta vez Breno resolveu extrapolar os limites do próprio corpo: além de competir em 6 ultramaratonas ele irá se deslocar entre elas apenas de bicicleta. Ou seja, o projeto Ciclo Sul é uma cicloviagem pela América do Sul, com “paradas estratégicas” na viagem para competir em ultramaratonas.
“Quis unir em uma mesma ferramenta duas paixões, que são o cicloturismo e a mobilidade urbana, e para isso vou utilizar somente a bicicleta como meio de tranporte. É como uma cicloviagem competitiva”, diz Bizinoto.
As ultramaratonas
A rota do projeto Ciclo Sul (que é uma volta circular pelo continente, por isso o nome) foi definida com base em 6 ultramaratonas de mountain bike em diferentes países. A primeira delas foi o Iron Biker, em Mariana-MG, que aconteceu no mês passado e na qual Breno conquistou a quinta colocação.
De lá, ele partiu rumo à Santa Rosa de Calamuchita, na Argentina, onde vai disputar o Transcumbres entre 13 e 18 de novembro. Depois, ele vai ao Chile competir no Transandes, em janeiro do ano que vem na Patagônia, e o Atacama Challenger, que acontece no deserto em abril.
Na sequência, Breno pedala ao Noroeste do continente para disputar La Leyenda del Dorado, que acontece em Manizales, na Colômbia, em agosto. Em seguida, é hora de voltar ao país natal para competir na Brasil Ride 2018.
A cicloviagem
Com os trajetos entre estas provas sendo feitos em cima da bike, Breno vai aproveitar para treinar e se preparar para as ultramaratonas.
“O mundo acaba sendo a pista de treino dos ciclistas. Mas muito mais importante do que ganhar medalhas, é a rota que te leva até lá. Por trás de todo bom resultado sempre tem um caminho lindo, glorioso e cansativo”, afirma.
Com experiência como ciclista urbano e como arquiteto, Breno também quer aproveitar a viagem para trazer este aspecto da viagem: discussões sobre a bicicleta como parte fundamental da mobilidade urbana.
“Quero elaborar um estudo da mobilidade urbana sustentável. A ideia é coletar em cada cidade as principais características observadas na malha viária existente, cultura do trânsito, comportamento dos motoristas e priorização dos meios de transporte ativos. O projeto busca não só conhecer lugares diferentes, mas pessoas e comportamentos diferentes, abrindo aos seguidores o mundo que se encontra ao atleta viajante”, explica.
O plano do atleta é passar apenas um dia em cada cidade e, dessa forma, nunca repetir o mesmo trajeto, treinando sempre em estradas diferentes. No fim da viagem, cada dia será em uma cidade diferente, com um desafio diferente.
“Como as cinco provas que vou disputar serão em lugares diferentes, preciso pedalar em um ritmo constante e, se perder tempo em algum dia, terei que compensar em outro”, comenta.
Para isso, Breno deve pedalar entre 70 e 160km por dia. Para acompanhar a trajetória dia a dia do brasileiro, relatos constantes serão postados na página do projeto no Facebook.