Bicicultura: Palestras Magnas discutem o futuro do cicloativismo no Brasil
Um sequência de Palestras Magnas levantam o tema da perda de direitos na mobilidade ativa no Barsil. O encontro acontece esse ano em Recife-PE.
Nos três primeiros dias de programação do Bicicultura 2017 estão acontecendo uma sequência de três palestras magnas para discutir a postura do cicloativismo frente as dificuldades com o poder público.

Bicicletada na Avenida Paulista/ © Ivson Miranda
A primeira palestra que aconteceu nessa quinta-feira (07), no dia de abertura do evento, falou sobre “momento de opressão”, se referindo perspectivas e desafios diante do cenário político de perda de direitos e ampliação das desigualdades na mobilidade. Falaram na mesa Leo Vinicius Maia Liberato e Carmen Susana Tornquist.
Carmem Tornquist tem publicações nas áreas de organização socioespacial urbana, gênero e cultura popular, ética e política, direitos reprodutivos. Carmen Susana participa, opina e estuda cenário político brasileiro.
Leo Maia é organizador das obras “Apocalipse Motorizado: a tirania do automóvel em um planeta poluído” (Conrad, 2004) e “Urgência das Ruas” (Conrad, 2002).
Nessa sexta-feira (08), a palestra tratou sobre o “momento de organização” trazendo para o debate Sylvia Siqueira, Mestra em Direção e Gestão de Associações e outras entidades não lucrativas, e Rud Rafael, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto e da integra a Frente Povo Sem Medo.
Os palestrantes trouxeram um olhar crítico sobre o alcance social do movimento cicloativista e os caminhos para atingir mais setores da sociedade. Rud Rafael ponderou sobre a perda do encantamento pela bicicleta quando na infância: “ Toda criança quer ter uma bicicleta, andar de bicicleta. É o desenho da cidade que nega a lógica de deslocamentos de bicicleta”, comenta.
Sylvia Siqueira falou sobre como dialogar com outros movimentos sociais para que a causa da mobilidade seja introduzida com mais força na agenda pública, sendo esse um tema crucial na vida de todos. “A desigualdade na mobilidade acontece ao mesmo tempo em que um bairro tem 2% de saneamento e o outro, a dois quilômetros, tem 95%”, diz. “ Então como fazer a revolução com as bicicletas?”.
Nessa sexta-feira (9) acontece a última palestra magna. Com o tema “momento de rebelião”, Peter Cox e Áurea Carolina vão falar sobre as estratégias de reação dentro do movimento para pressionar políticas públicas voltadas para a mobilidade ativa.