Plano de Mobilidade por Bicicletas é aprovado pela Prefeitura de BH
Na última semana, após dois meses do pedido do Prefeito para criação de um plano para a mobilidade por bicicleta na cidade, “PlanBici” é apresentado por ciclistas e aprovado por Kalil.
Toda cidade que quer promover o uso da bicicleta como parte da mobilidade urbana precisa ter um planejamento contendo diretrizes, objetivos, responsabilidades, custos e outras tantas variáveis importantes.
Em meados de maio, em reunião com o Prefeito, a BH em Ciclo – Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte apresentou diversas demandas ligadas à bicicleta como parte da mobilidade urbana da capital mineira. A resposta, simples e direta, do Prefeito foi: “em 60 dias, me entreguem um plano, com estimativa de custo e prazo, para a bicicleta na cidade. Aí a gente debate”.
A Associação topou o desafio de construir um plano, posteriormente batizado de “PlanBici”, no período solicitado pelo Prefeito. Para isso, em conjunto com BHTrans, Sudecap,Secretaria de Planejamento Urbano, Secretaria de Meio Ambiente, Serttel, representantes da Câmara Municipal e diversas pessoas que se interessam pela bicicleta se reuniram durante os últimos dois meses. Ao todo, foram dezenas de pessoas envolvidas e um total de mais de 100h de trabalho voluntário, além de inúmeras reuniões presenciais.
Segundo Amanda Corradi, integrante da BH em Ciclo, o Plano, em suas diretrizes, objetivos e ações, dialoga e aprofunda, com detalhes ricos e estruturados tecnicamente, com o Plano de Mobilidade de Belo Horizonte – PlanMobBH, com as demandas da campanha Bicicleta nas Eleições e #D1Passo – realizadas durante as eleições de 2016, com o Programa de Governo do – então – candidato Kalil e, também, com a Política Nacional de Mobilidade Urbana.
Na última terça-feira, dia 18 de julho, o PlanBici, que tem por objetivo ampliar para 2% a participação das viagens feitas em bicicleta na cidade até 2020 (hoje são 0,4%), foi apresentado ao Prefeito. Diego Pessoa, da BH em Ciclo, afirmou que o Prefeito gostou do que viu e, além disso, firmou compromisso de que o que está no Plano será executado pela BHTrans e demais órgãos da Prefeitura que têm relação com o tema.
O Plano foi estruturado em seis eixos (Infraestrutura e circulação; Integração modal e bicicletas compartilhadas; Comunicação, educação e mobilização; Governança, transparência e produção de dados; Legislação; e Financiamento), que incluem, ao todo, até 2020, mais de 120 ações elencadas, com as respectivas estimativas de custos, responsáveis pela execução e indicadores para acompanhá-las.
O eixo Infraestrutura e circulação apresenta algumas prioridades, separadas em anos. Para 2017, o que se tem como primordial é a manutenção na rede existente e a implantação dos projetos que já estão prontos, além da contratação de novos projetos. Nos demais anos, há ações prioritárias que vão da conexão e ampliação da rede existente, passando pela realização de oficinas para traçar coletivamente ciclorrotas nas nove regionais, até a
integração completa entre o transporte coletivo por ônibus e a bicicleta.
Essa parte do Plano é onde se concentra a maior parte dos investimentos, que virão do município, de captações junto a fundos do governo federal e também de recursos internacionais ligados às mudanças climáticas que financiam projetos de mobilidade urbana de baixas emissões, como é o caso da bicicleta.
O Eixo Financiamento apresenta diversas possibilidades de captação de recurso, maneiras de priorizar os investimentos municipais para a mobilidade por bicicleta e também elenca que há ações que são gratuitas (sendo apenas os custos operacionais) e que tem alto impacto positivo no sentido de alcançar o objetivo final do Plano.
Dezenas de outras ações, prioritárias ou secundárias, estão previstas nos outros cinco eixos e deverão ser executadas até o final de 2020. Elas vão de ações gratuitas, ligadas à articulação com órgãos como CBTU, para ampliação de horários para circulação de bicicletas no metrô, até ações educativas em escolas da capital mineira e treinamento de motoristas de transportes coletivos e táxis da cidade.
Destacam-se outras medidas como a implantação de Zonas 30 em todas as regionais da cidade, a melhoria imediata do Bike BH, o sistema de bicicletas compartilhadas da cidade, e uma nova licitação para o sistema em 2019, o desenvolvimento de um Plano de Comunicação que estimule o respeito à bicicleta e a quem pedala, ações do Legislativo para estimular o uso da bicicleta, entre outras.
Mais detalhes sobre a apresentação podem ser encontrados na parte de notícias do site da Associação. O Plano será apresentado publicamente em breve.
Ao final da apresentação do Plano, o Prefeito Alexandre Kalil disse “a bicicleta é o transporte do futuro!”.
Segundo a BH em Ciclo, o Prefeito Kalil está certíssimo, e a Associação acrescenta “a bicicleta é o transporte do futuro, está no nosso presente e também foi o transporte do passado belo-horizontino.”
#PlanBici2020