Com novas provas, ciclismo passa a render 22 medalhas de ouro nas Olimpíadas. Será que o Brasil acorda?
Agora, o esporte terá 22 medalhas de ouro a serem distribuídas.
No último mês, os entusiastas e profissionais do ciclismo celebraram um anúncio feito pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). A declaração informava sobre a inclusão das provas de Freestyle Park no Ciclismo BMX e Madison no Ciclismo de Pista. Com essas alterações, o ciclismo torna-se o terceiro maior esporte em número de medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos: 22.
A partir do Jogos de Tóquio-2020, a modalidade passa a valer 66 medalhas, divididas entre as quatro disciplinas olímpicas: Ciclismo BMX, Ciclismo de Estrada, Ciclismo Mountain Bike e Ciclismo de Pista.
Mesmo com números que poderiam render um grande salto para qualquer país no quadro de medalhas, o esporte ainda não é olhado com carinho por autoridades, dirigentes e investidores brasileiros. Falta estrutura, apoio a atletas e incentivo a categorias de base em todo o Brasil.
Os responsáveis pela modalidade, entretanto, acreditam em um novo gás com as inclusões dessas duas novas provas no calendário olímpico.
“São mudanças que estamos discutindo há bastante tempo dentro das comissões da União Ciclística Internacional (UCI) e agora foram acatadas pelo COI. Acredito que foi uma grande conquista, mais um grande passo em busca da popularização do nosso Esporte”, declarou José Luiz Vasconcellos, presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC).
O presidente da União Ciclística Internacional também elogiou o trabalho das confederações e se colocou empenhado em dar continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido. “Estou muito orgulhoso pelo esforço feito nos últimos anos por todas as nossas federações nacionais, organizadores de eventos, equipes e atletas. Estou totalmente empenhado em continuar desenvolvendo esse trabalho e convencido que após Tóquio nosso esporte alcançará um nível ainda maior”, destacou Brian Cookson, presidente da UCI.
Isso definitivamente é uma boa notícia para os amantes da bike, mas será que a notícia gerará alguma mudança em relação aos investimentos feitos nesse esporte aqui no Brasil? Isso só o tempo nos dirá, mas já podemos fazer algumas especulações.
Em texto publicado aqui mesmo no Bike é Legal em agosto de 2015, Renata Falzoni já nos trazia alguns motivos para acreditar que tudo continuará na mesma: “Como pode o ciclismo de estrada se desenvolver em um país que, além de manter impune os criminosos de trânsito, cobra imensas fortunas para que as provas de estrada aconteçam?”.
Nesse mesmo artigo, ela ainda fala acerca da predominância do futebol sobre qualquer outro esporte aqui no país e do desmonte do velódromo construído para os Jogos Panamericanos de 2007.
Hoje, depois da Rio-2016, temos exemplo de mais uma pista indoor que está sendo subutilizada. O Velódromo Olímpico só voltou a sediar um evento quase um anos após os Jogos e ainda carece de mais abertura e uso por parte dos atletas de alto rendimento do país.
Agora, o que nos resta é esperar para ver se conseguiremos melhores resultados no ciclismo em Tóquio 2020 e nas Olimpíadas de 2024 do que tivemos nos últimos Jogos Olímpicos.