Giro Vecchio reuniu amantes das bikes antigas em Guararema-SP
Em Guararema, os 50 participantes tiveram a oportunidade de pedalar em um circuito pensado e planejado para os apaixonados pelo ciclismo clássico de 20 quilômetros de extensão.
O Giro Vecchio é um evento de ciclismo de estrada não competitivo, que aconteceu no último dia 2 de Julho, no povoado de Luis Carlos, no município de Guararema (SP).
“Uma mini L’Eroica” resumiu Cícero Ávila, proprietário da pioneira marca de roupas de ciclismo a Biene.
A L’Eroica, é Tradicional evento de bicicletas de época que teve origem na Itália, na região da Toscana, e hoje acontece também na Inglaterra, Califórnia, Punta del Leste, Africa do Sul, Japão e Austrália.
No Brasil, o Giro Vecchio é um evento único no país e quem vem crescendo a cada encontro. Os participantes devem utilizar bicicletas antigas de estrada com pelo menos 30 anos. Mas outras bicicletas antigas e vintage também são permitidas com uma categoria própria para elas. Os participantes devem também estar vestidos roupas em estilo da época. Seja esportiva, passeio ou clássica. O importante é estar a cárater.
Em Guararema, os 50 participantes tiveram a oportunidade de pedalar em um circuito pensado e planejado para os apaixonados pelo ciclismo clássico de 20 quilômetros de extensão. Uma rota inspirada no ciclismo antigo, com um percurso baseado especialmente em trechos de asfalto, paralelepípedo e longos trechos de caminho de cascalho, como antigamente.
No trajeto haviam postos de controle onde os participantes tinham que carimbar o passaporte do evento.
“A quilometragem pode ter parecido pouca, mais foi um desafio para a maioria dos participantes, pois a relação de marchas das bicicletas mais antigas, eram bem diferentes das que existem hoje “ Comenta Paulo de Tarso, presidente do Sampa Bikers e organizador do evento.
No final do percurso todos os participantes que completaram o trajeto receberam uma medalha de participação.
Com intuito de resgatar e preservar a memória de grandes ídolos do ciclismo nacional no passado, o evento fez duas importantes homenagens dois importantes ex ciclistas profissionais do passado.
Eduardo Puertollano (nascido em 25 de fevereiro de 1934 = 83 anos) é um ex-ciclista uruguaio. Representou Uruguai em três provas durante os Jogos Olímpicos de 1956, na Austrália.
Proprietário da Puertollano Bike Store, tradicional loja de bicicletas no Brasil.
Cassio Paiva Começou no ciclismo a partir de torneios colegiais em Minas Gerais; um senhor o viu competindo e o convidou a participar de seu clube, em 1983.[3] Em 1985 passou a competir pela Equipe Pirelli, na qual ficou por cinco anos.[3] Em 1990, seguiu para a Europa, onde ficou por dez anos.[3]
Venceu a Volta a Portugal em 1992, representando o Boavista,[4] sendo o único brasileiro que já ganhou a competição.[5]
Participou três vezes da Vuelta a España, e também participou das Olímpiadas de 1988 em Seul, onde terminou em 20º na prova de estrada.[6]
Participou, ainda, dos Jogos Pan-Americanos de 1995 em Mar del Plata, e dos Jogos Pan-Americanos de 1999 em Winnipeg.
Atualmente pedala por lazer e cuida do seu comércio, a Cássio Bikes
Além dos dois grandes ex ciclistas profissionais homenageados, o evento teve também a presença de outro importante ciclista brasileiro, o Renato Ferraro. Foi a reunião de 3 grandes nomes de 3 épocas diferente.
“ Esse é um evento maravilhoso que faz também que se mantenha viva a história do ciclismo e bicicleta” Comentou Renato Ferraro.
Curiosidades do giro Vecchio
Alguns itens de importância na bike:
- Ter pelo menos 30 anos
- Pedais com firma pé, de gancho ou com tiras de aperto.
- Passagem dos cabos de freios por fora do guidão
- Rodas devem ter pelo menos 32 raios e de baixo perfil (menos de 20 mm)
- Selim deve ser da mesma época do que a bicicleta, isto é selins tradicionais anteriores do ano 1987. Caso seja mais moderno deverá ser réplica dos antigos tipo Brooks ou alguns modelos Cinelli, Selle San Marco, etc.
O Giro Vecchio de Inverno foi organizado pelo Sampa Bikers e teve o apoio da Prefeitura de Guararema, Guararema Park Hotel, Guararema Web Tv , Bike Elpidio , Biene,
Mais informações www.girovecchio.com.br
O GIRO VECCHIO, UMA NOVA HISTÓRIA QUE VAI FICAR NA HISTÓRIA.
São Pedro, que nunca pedalou, mandou uma chuva fria assim que nos preparávamos para a largada na antiga estação ferroviária de Luís Carlos. Com a chuva também chegava, vinda de Guararema e repleta de turistas, a antiga, imponente e resfolegante Maria fumaça.
Nos protegemos da chuva fria na gare da Maria e ao calor fumegante dela juntamos o nosso entusiasmo aguardando o que haveria de acontecer. E aconteceu.
Barão, meu pai, que anda pedalando lá por cima com a sua inglesa Phillips preta deve ter conversado com o Pedro que, arrependido, imediatamente recolheu a chuva. A Maria apitou firme e nostálgica. Partimos, o tempo firmou.
Velhos jovens e jovens ciclistas, “toureando” na ponta dos dedos suas relíquias speed com mais de 30 anos e algumas, muito mais, enfrentaram de cara 1.5 km de paralelepípedos molhados. Aliviados, chegamos todos ao asfalto da SP 066 e por aí até a rotatória de Guararema. Daí tomamos a bucólica e tranquila Estrada José Benedito dos Santos que nos presenteou com a subida mais perrengue do giro pra testar a resistência das magrelas e a emoção dos aventureiros. Cada um, ao seu modo, chegou ao topo e sem nenhuma baixa fomos recebidos pelo farto piquenique coordenado pelo Roberto.
Regalados, seguimos e novo susto por uma descida maluca em asfalto molhado pra testar os freios das antigas. Freios? Todos desceram e se salvaram, até porque não havia como não descer e logo à frente o asfalto se despediu e nos apresentou uma também antiga estrada de terra, pedriscos, areia, buracos e costelas de vaca e as antigas nos surpreenderam pois mostraram já conhecer o terreno, totalmente desconhecido para as suas filhas, netas e bisnetas speeds modernas.
Após 16km girados chegamos novamente ao asfalto da SP 066 e logo à frente, reagrupados, retomamos os paralelepípedos agora secos, para a chegada vitoriosa e retumbante em Luís Carlos, fechando 20km no feeling, pois cateye não havia.
Obrigado Paiva, Ferraro e Puertollano, três gerações de ciclistas campeões mundiais, obrigado Paulinho, obrigado a todos que ali juntos escreveram e carimbaram mais um pedacinho de história da história do nosso ciclismo.
Otoni Gali Rosa (78 anos – um dos participantes com mais idade).