Com ciclovia, número de ciclistas na Rua da Consolação cresceu 227%
As contagens foram realizadas das 6h às 20h, e no principal horário de pico (18h-20h) um ciclista passa pelas estruturas a cada 45 segundos.
Uma contagem de ciclistas realizada durante o último mês de abril revelou um aumento médio de 227% no número de pessoas se deslocando de bicicleta pela Rua da Consolação, em relação ao ano de 2015. O grande divisor de águas foi a construção das ciclovias nos sentidos das pistas em 2016, fazendo o número de ciclistas saltar de 243 para 795.
Com base da metodologia da Associação Transporte Ativo, usada por diversas organizações de ciclistas do Brasil, a segunda contagem feita na Consolação aconteceu no mesmo ponto da ação de 2015, na esquina com a Rua Fernando de Albuquerque. As duas contagens foram realizadas pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).

Ciclovia da Consolação está na mira da gestão Doria, que pretende retirar ciclovias e instalar ciclofaixas na cidade.
Além do aumento no número de ciclistas em geral, a contagem revelou um crescimento de 3% entre as mulheres que pedalam na Rua da Consolação. Em agosto de 2015 esse percentual era de 12%, já na contagem realizada no último mês 15% dos ciclistas eram do sexo feminino.
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Outro recorte feito pela contagem é referente ao sentido dos ciclistas, 56% sobem pela ciclovia sentido Paulista, e os outros 44% se deslocam sentido o centro da capital paulista. As ciclovias da Consolação são de mão única, e acompanham o sentido das vias; quatro subindo sentido Paulista e outras quatro descendo sentido centro.
Sobrevivência da ciclovia está na mira da Prefeitura
No último mês, a gestão João Doria (PSDB) anunciou que pretende retirar uma série de ciclovias e ciclofaixas que acreditam ser ruins ou perigosas para os ciclistas. Uma das estruturas que passa por essas discussões é a própria ciclovia da Consolação, especialmente no sentido centro.
Secretário de transportes da capital paulista, Sérgio Avelleda afirmou nessa semana que a estrutura passa por estudos para melhoras na segurança dos ciclistas, e que existe a possibilidade da estrutura ser desfeita. “Não acho segura. Já tive três situações ali. Você desce numa velocidade mais alta, com uma série de cruzamentos à direita, com os carros também numa velocidade mais elevada. Há um conflito entre carros e bicicleta”, declarou.
A Prefeitura de São Paulo fala em substituir algumas dessas ciclovias e ciclofaixas consideradas “ruins” por ciclorrotas, que são vias sem segregação de veículos, apenas com sinalização vertical e, por vezes, no asfalto.