Ciclovias Invisíveis: Projeto fotográfico expõe o dia a dia dos ciclistas cariocas
O projeto que nasceu como um Trabalho de Conclusão de Curso na graduação de jornalismo, hoje ocupa as redes sociais com mais de 4 mil cliques.
Com a mesma certeira percepção que capta os sorrisos em seus trabalhos profissionais, Michele Castilho fotografa a essência dos ciclistas urbanos. Nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, o celular é a lente que eterniza os momentos de quem vive de bicicleta pelas ciclovias invisíveis da grande cidade.
O projeto que nasceu como um Trabalho de Conclusão de Curso na graduação de jornalismo, hoje ocupa as redes sociais com mais de 4 mil cliques. O enquadramento denuncia sua profissão, mas nenhum ciclista escapa de uma postagem no perfil @cicloviasinvisiveis, e, mesmo que um pouco borrada, a imagem sempre passa a mensagem: tem ciclistas em todos os cantos da cidade maravilhosa.
“Ao registrar essas ciclovias invisíveis, o projeto não só dá visibilidade ao direito de pedalar na via, como também a possibilidade real da bicicleta como meio de transporte”, escreve Michelle no site colaborativo cicloviasinvisiveis.com, onde além das fotos taguiadas com a hashtag “#cicloviasinvisiveis”, é possível encontrar os textos com relatos e percepções pessoais da fotógrafa sobre a bicicleta como meio de transporte.
Em entrevista ao Bike é Legal, Michelle explicou o que entende sobre o paralelo entre o direito de ocupar as vias e a demanda por estruturas segregadas: “É importante que nós ciclistas estejamos nas ruas. É a partir da demanda nas ciclovias invisíveis que pressionamos o poder público a construir estruturas mais adequadas”. Mas ela adverte: “Por mais preparada que seja a cidade, em algum momento, o ciclista terá que dividir a via com os demais veículos. E nesse momento, só respeito e educação de ambas as partes constroem um trânsito mais pacifico”.
A ciclista explica que encontrou nas redes sociais um ambiente para multiplicar o ativismo que todo ciclista exerce pelo simples fato de estar ocupando as ruas. Com quase 10 mil seguidores, a página no Instragram humaniza quem usa a bicicleta como meio de transporte e aproxima os ciclistas da dinâmica urbana brasileira.
“As vezes a gente acha que uma foto nossa com um capacete é só uma selfie, mas essa é uma pequena forma de incentivar mais pessoas a pedalarem e perceberem a bicicleta como um veículo possível”, incentiva Michelle Castilho.
Ciclovias Invisíveis além do Instagram
Diferentemente dos cliques do Instragram, feitos com a câmera do celular de Michelle, o Projeto Ciclovias Invisíveis cresceu e já virou exposição na cidade de Manaus. A próxima parada será Florianópolis, onde um exposição com as ciclovias invisíveis da capital de Santa Catarina estreia no próximo dia cinco. As fotos profissionais ficam expostas até junho, e marcam o grande evento 100Gurias100Medo organizada pelo coletivo de ciclistas da cidade.