Raiza Goulão conta como foi o Pan-Americano de MTB
"Busquei manter uma rotina de alimentação e treino o mais saudável possível e próxima do que estava acostumada. No domingo da prova não foi diferente e segui o meu ritual de sempre", Raiza Goulão, atleta de MTB.
O campeonato continental era o primeiro grande objetivo do ano. Nesta edição, novamente enfrentaríamos uma altitude de 2600m e decidi chegar com 3 semanas de antecedência para me aclimatar e ter mais condições de buscar o meu primeiro título pan-americano na categoria Elite.
Infelizmente cheguei da Europa com a imunidade baixa e um pouco debilitada devido a uma virose. Acabei contraindo uma infecção intestinal que me obrigou a ficar alguns dias sem treinar e tive muita dificuldade em ajustar o corpo na altitude. Somente na semana anterior à prova que comecei a me sentir melhor e consegui recuperar um pouco da forma física.
O clima em Paipa estava muito instável. Chovia quase todos os dias à tarde e à noite, deixando a pista a cada dia com uma cara nova. Para surpresa de todos, a partir da sexta-feira o sol deu as caras e o tempo ficou firme até a última largada de domingo, deixando a pista bem veloz.
Contamos com um circuito de 3,7km bem técnico, com muitas curvas de retomada, subidas curtas bem íngremes e descidas com raízes, valas e terra solta, o que exigia muita perícia dos pilotos.
Busquei manter uma rotina de alimentação e treino o mais saudável possível e próxima do que estava acostumada. No domingo da prova não foi diferente e segui o meu ritual de sempre.
Após 3 semanas de adaptação e treino na pista, pude fazer a escolha correta dos pneus Maxxis Ikon 2.2. Optei também por uma coroa oval Rotor 28t pelas características do circuito. Observei também os melhores pontos de hidratação, que eram poucos.
As 10:15 da manhã de domingo comecei meu aquecimento me sentindo muito bem, e as 11 horas largamos para 5 voltas + start loop. Fiz uma ótima largada, me mantendo entre as líderes nas 3 primeiras voltas. No final desta volta comecei a sentir um incomodo no estomago, dores nas costas e dificuldade para respirar. Acabei diminuindo o ritmo para conseguir terminar e concluí a prova na 5ª colocação.
Confesso que fiquei bastante desapontada, pois contava com um bom resultado em Paipa. Agora tenho que fazer um balanço, entender o que fiz de errado e focar nos próximos desafios.
Minha bike Frida Mondraker podium foi simplesmente perfeita a cada curva, desta vez eu que fiquei devendo a ela explicações.
Agora de volta ao Brasil após quase 4 meses longe da família, vou renovar minhas energias nos próximos dias e em 10 de abril volto para a minha casa em Elche e para a minha segunda família na Espanha, com foco total na preparação para as primeiras etapas da Copa do Mundo.
Agradeço a CBC pela convocação, aos técnicos Cadu Polazzo e Alemão pelo suporte na prova, aos amigos que estavam na pista me incentivando e dando apoio mecânico, meu coach Flavio Magtaz, minha equipe PMRA que mesmo a distância me deu um grande apoio, e a toda nação Brasileira que vem me apoiando a cada dia, enviando mensagens de motivação. Um grande aprendizado foi esta prova onde os erros serviram de exemplo e motivação para não se renovarem.