Comunidade de Recife ganha 2 estações de bikes compartilhadas
As bicicletas foram reformadas em oficinas, nas quais jovens da Caranguejo Tabaiares aprenderam a montar e pintar bicicletas.
Na manhã deste domingo, 12 de março, foi inaugurado o sistema de bicicletas comunitárias da comunidade Caranguejo-Tabaiares, no Recife. O sistema de 20 bicicletas foi construído em parceria com a Ameciclo (Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife) através do Projeto Bota pra Rodar.
O Projeto Bota pra Rodar, objetiva a doação, recondicionamento e compartilhamento de bicicletas. Neste trabalho, a Ameciclo recolhe bicicletas sem uso e as entrega a comunidades de baixa renda, dentro de um sistema de compartilhamento. Ou seja, as bicicletas se tornam públicas para uso de toda a comunidade.
Em um ano de trabalho, o Projeto arrecadou bicicletas sem utilização doadas por moradores de várias partes do Recife e Região Metropolitana. As bicicletas foram reformadas em oficinas, nas quais jovens da Caranguejo Tabaiares aprenderam a montar e pintar bicicletas. A partir desse domingo, os moradores começam a realizar cadastro na biblioteca comunitária e podem utilizar as bicicletas, sem custo, por 24 horas. O sistema conta com dois bicicletários com dez bicicletas, cada um, e com duas estações de reparo, que dispõe de ferramentas para pequenos ajustes e bomba para pneus.
A comunidade Caranguejo Tabaiares é uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), com 7,4 ha de área. Os acessos de veículos ao interior da comunidade são restritos, sendo muito comum a configuração de becos mais estreitos, por onde as pessoas transitam a pé, em bicicleta e motocicleta. Tabaiares consta localizada no bairro Ilha do Retiro e Caranguejo em Afogados; ambas em área de manguezal.
As dificuldades econômicas dos moradores da comunidade Caranguejo-Tabaiares, associado ao alto custo da passagem no sistema de transporte público do Recife (comprometendo 12% do salário mínimo apenas para garantir o deslocamento diário para o trabalho), diminuem sua capacidade de deslocamento pela cidade e o consequente acesso à cultura, trabalho, saúde, educação e lazer. A coordenadora geral do projeto, Lígia Lima afirma que “sendo Recife uma cidade ciclável, o projeto busca promover o direito à cidade para a população desfavorecida através do uso bicicletas enquanto ferramenta de mobilidade urbana e integração social”. O projeto tem o apoio de grupos locais e do Fundo Socioambiental Casa.