As belas paisagens e o incrível som de uma cicloviagem na região de Sorocaba-SP
No município de Tapiraí, interior do Estado de SP, o MTB vem ganhando cada vez mais adeptos. As belas paisagens e a diversa fauna e flora encantam que pedala por lá.
A cidade de Tapiraí pertence a região metropolitana de Sorocaba, e fica a 165 km da capital paulista,. Seu nome significa rio das andorinhas em língua tupi, mas o símbolo da região é a anta, e o correto seria Tapiri, mas alguém lá atrás acabou errando o batismo do local, e no brasão oficial temos a imagem da anta. A população é de 11.000 habitantes e fica a 920 metros de altura.
O Vale do Ribeira é uma região montanhosa, com declives e vales em V. O terreno composto de muitas pedras é poroso, o que para o mountain bike é garantia de UHUUUUU nas descidas e esforço nas longas subidas.
A APA (Associação de Proteção Ambiental) tombou 80% da área, tornando-a Reserva da Biosfera, um pedaço do que sobrou da rica Mata Atlântica. A natureza ainda tem parte preservada e é cuidada com atenção e respeito por quem vive aqui.
Foi isso que encontramos na chegada, na Pousada Trilha dos Tucanos; o local está incrustado no verde, e o casal nos recebeu com um café da manhã caseiro, daqueles de não querer sair da mesa (experimente a torta de palmito). E enquanto a conversa fluía, recebemos visitas ilustres de esquilos, do teiú, de passarinhos como o saíra 7 cores, benedito, pica pau, entre outros. A pousada tem um mezanino, com vista para o lago, onde um comedouro está instalado e as aves se apresentam, cheias de cores e sons, pousam e posam para fotos.
Uma das práticas comuns por ali é observar pássaros, encontramos e conversamos com alguns fotógrafos equipados com suas teles, clicando os pássaros. Como o mountain biker não é lá uma espécie quietinha, acho que ficaram aliviados quando subimos na bike e partimos para a Trilha dos Tucanos.
Saímos em uma trilha mais fechada, cercada de verde com descidas, longas retas e subidas curtas, até cairmos num estradão maior, onde encontramos grandes fábricas desativadas, e descobrimos que a cidade era grande produtora de chá, mas hoje o produto agrícola mais comum é o gengibre, tão importante que a cidade tem até a Festa do Gengibre, que junto com o turismo, são as principais atividades econômicas.
Além das construções abandonadas, ainda existem indicações daquela época. Com pouco mais de 5 km pedalando, chegamos a Cachoeira do Chá, o cartão de visita de Tapiraí, uma caminhada de 1.2 km, passamos por uma queda d’agua e a cachoeira com 30 metros de queda nos recebeu, tem uma piscina natural que é possível nadar, mas que pela força da queda, forma uma correnteza, é bom ter atenção para não acabar fazendo rafting sem boia pelo rio.
Seguimos nosso pedal e com 17 km, chegamos a Cachoeira do Limoeiro, diferente da primeira, ela passa entre grandes pedras e forma uma grande banheira de água parada, é possível sentar em uma pedra e receber massagem da mãe natureza, ou ficar boiando e relaxando, encher as caramanholas é uma boa opção.
As subidas começam a ficar piores, mais longas e em sequência, até nosso destino final que era a Cachoeira do Belchior. Depois 25 km pedalados, deixamos as bicicletas na entrada da trilha, caminhamos e subimos pelas pedras, até a queda de água gelada que parece levar junto todo cansaço e nos renova física e mentalmente, é esse contato mais próximo e respeitoso com a natureza que faz sermos apaixonados pelo mountain bike.
O trajeto de volta é o mesmo, e fomos recebidos com um almoço caseiro, uma ducha e uma chuva de verão, para refrescar ainda mais nossa tarde das cachoeiras.
Ps. Fizemos a trilha direto até a última cachoeira e voltamos parando. Fiz na ordem para definir o km de cada uma.
Ps2. Vale a pena visitar a Comunidade Ribeirão da Anta, considerado Patrimônio Cultural, o artesanato e a produção de farinha de milho são as principais atividades, eles constroem o monjolo, tendo um com mais de 50 anos que faz essa moagem.
Na videorreportagem abaixo, você conhece melhor essa atividade conhecida como ‘BirdWatching’: