Troquei minha moto por uma bicicleta!
Há pouco mais de dois anos passei a trabalhar no bairro do Jabaquara na Zona Sul de São Paulo. Sou morador de Taboão da Serra e eu ia de casa ao trabalho diariamente de moto, por ser mais rápido que o carro e por não ter paciência de ficar quase duas horas no trajeto. Como a gente sabe, moto é um meio de locomoção complicado em uma cidade do tamanho da nossa, mas se usada com responsabilidade as chances de algo ‘dar errado’ são reduzidas.
Pois bem, mesmo trabalhando mais perto de casa (ainda assim são 18 quilômetros de carro) eu, juntamente com a minha esposa, vínhamos pensando em uma forma de eu ir e voltar ao trabalho sem ser de moto. Comprar outro carro não era alternativa, seria mais um custo. Para pegar ônibus eu não tenho preparo psicológico para enfrentar um solavanco atrás de outro, ficar em pé com barulho no ouvido e pessoas se esbarrando o tempo todo. Pensei lá atrás, porque não a bicicleta? Mas a ideia teimava em ficar só na minha cabeça.
De lá pra cá a malha ciclável da cidade foi crescendo (sem entrar no mérito das boas e das más ciclovias que existem por ai) e para a minha felicidade, o antigo Prefeito entregou uma ciclovia bem planejada na Av. Eliseu de Almeida, meu caminho!
Eis que em junho, a caminho do trabalho, na esquina de casa, eu caio de moto e quebro a clavícula. Quatro longos meses de recuperação e o motivo que me faltava para vender a moto e tirar da cabeça a ideia da bike.
Comprei a magrela e fomos nos (re)conhecendo, afinal de contas, faziam quase cinco anos que eu não pedalava. No começo foi estranho, desconfortável, comprei a bike errada, que quebrou tudo o que você pode imaginar em menos de 2 meses, pensei em desistir e voltar para a moto, mas algo me dizia que esse não era o caminho. Troquei de bicicleta e ai sim aquela sensação boa de liberdade que eu sentia na moto reapareceu, com a vantagem de que eu não gastava nada para rodar pela cidade e de quebra ganhava mais qualidade de vida.
Desde outubro do ano passado estou intercalando as idas de bike até o metrô mais próximo, e de lá para o trabalho com o próprio metrô, e idas direto de casa para o trabalho. Depende da previsão do tempo, principalmente nesses meses de verão que vira-e-mexe no fim da tarde tem uma tempestade daquelas, e do meu nível de energia. Mas a cada semana a minha quilometragem aumenta e a certeza de que eu fiz a escolha certa cresce.
Uma curiosidade: me sinto muito mais seguro em cima da bike, do que em cima da moto. Sinto que os motoristas respeitam muito mais ciclistas do que motociclistas. Nesse tempo que estou usando a bike, em nenhum momento eu me senti ameaçado no trânsito, penso que é de extrema importância o ciclista saber se portar, se pôr visível no trânsito e na medida do possível se antecipar a qualquer problema que possa vir a surgir.
A bike deixou de ser um transporte alternativo para mim e hoje curto cada vez mais pedalar por ai. Minha escolha está me ajudando a redescobrir os caminhos de São Paulo, essa cidade enorme que nos enlouquece, mas que (ainda) gostamos de nela viver.
Vá de bike, experimente! #issomudaomundo