A primeira edição do Shimano Fest ocorreu timidamente em 2010, com aproximadamente 1.600 visitantes e alguns expositores. De lá para cá, passou por Mogi e Sorocaba, até chegar em São Paulo. Em sua segunda edição na capital paulista, o Shimano Fest reuniu 120 expositores e aproximadamente 20 mil visitantes em seus 4 dias de evento.

Ricardo Gaspar / © Shimano Fest 2016

O local escolhido foi o Jockey Club, com entrada gratuita -o que é uma tarefa das mais difíceis, pelo alto custo da estrutura de um evento deste porte- que com a colaboração dos players, foi mais uma vez possível.

O objetivo principal da feira, além da exposição das novidades técnicas do mercado, apresentação de novas marcas, é principalmente inserir a cultura da bicicleta entre mais pessoas, funcionar como uma porta de entrada para esse novo e maravilhoso mundo das duas rodas sem fumaça. A grande maioria não imagina a infinidade de modelos e particularidades de cada modelo de bicicleta, e esse foi um dos motivos que resolvi levar minha esposa e filhos para que entendessem o porque das oito bicicletas que tenho, e aliviar um pouco minha sensação de culpa em querer mais algumas.

Os primeiros dois dias foram reservados para lojistas, revendedores e imprensa, e os últimos dois abertos ao público em geral, com a sempre válida ação de recolher 1kg de alimento por participante.

Estive lá por três vezes, e a dinâmica muda completamente do dia business para o consumidor final, enquanto no começo vemos planilhas, catálogos e calculadoras, depois é possível sentir o coração pulsando, os olhos arregalados e ouvir os clicks de fotos sem fim.

Os organizadores prepararam um evento que contou com o lado esportivo, que integra toda a família. Tivemos provas de short track, em um circuito montado no próprio local, onde tive a surpresa de ver uma bike aro 20 brigando com as 29, e também uma prova pelas ruas da cidade, que é muito interessante para despertar o interesse de quem passa pelos arredores. Para a família, tínhamos escolinha  de pedal para os pequenos, brincadeiras de pescaria (sim a shimano é famosa no segmento pesca também), Espaço Mulher com aulas de spinning, uma boa área de alimentação com food trucks e o palco com bons shows para alegria de todos.

Uma das particularidades muito legais dessas feiras é colocar o ídolo ou inspirador bem perto do público, mas diferente dos outros segmentos, o próximo no mundo da bicicleta não tem seguranças, barreiras, portas ou o que seja, ele está lá como mais um e é completamente acessível, diria que até humano. Encontrei o Rodrigo Hilbert no primeiro dia, o Brou Brutus com a simpatia de sempre, gravando vídeos para todos com um sorrisão no rosto. Aliás, acho que ele é um dos caras que faz bem pro esporte, inspira, compete e não quer ninguém feio. E um sem número de atletas de ponta sempre com a boa vontade de assinar um papel e fazer uma foto.

Assisti também algumas palestras, na Tenda do Aprendizado, que iam desde ajuda financeira para bike stores, apresentação de novos produtos pelas grandes marcas, até o relato de um jornalista esportivo acompanhando uma grande prova na Turquia.

Analisando o mercado, fiquei feliz com a qualidade das marcas brasileiras Groove e Sense, que apresentaram produtos do mesmo nível das gigantes e tradicionais, a bike elétrica tendo cada vez mais destaque -acho que ainda são caras mas que se adequarão em breve- e a preocupação de quase todos em apresentar um modelo urbano, que com o aumento de ciclovias e número de urbanos pedalando, precisavam de um produto desenhado para eles.

A Garmin está com um acessório para adaptar em qualquer modelo de óculos, que espelha  os dados do seu ciclocomputador, sem que você precise abaixar a cabeça, e mais um radar pra antecipar veículos atrás. É a tecnologia fortemente presente no ciclismo.

Fui embora da feira muito feliz, com a certeza que a bicicleta é com certeza um caminho sem volta. Cada dia estará mais inserida no nosso dia a dia,como mobilidade, como parte da economia e as melhorias caminharam na mesma velocidade. 

Vida longa a Shimano Fest!