Diário das Magrelas: O que podemos aprender com as subidas quase impossíveis
Certo dia fui embora da redação reclamando muito que precisaria subir a mal falada campinas e uma frase que a Renata Falzoni soltou me acompanha até hoje
O meu trajeto, o seu percurso e o caminho dele sempre tem ao menos uma ladeira bem chatinha. Subidas bastante íngremes que mesmo depois de um longo tempo cruzando nosso caminho, continuam sendo uma prova diária de resistência. Eu posso citar algumas subidas clássicas que enfrento com frequência e que quase todo ciclista do centro de São Paulo também precisa encarar. São elas: Avenida Angélica, Rua da Consolação, Rua França Pinto, Rua Vergueiro e claro, Alameda Campinas.
Subo a Campinas praticamente todos os dias e tenho que confessar que quase todos os dias acho que não vou conseguir terminá-la sem descer da bicicleta. É um sentimento de superação diário, de chegar ao limite do preparo físico pouco avançado que tenho. A campinas exige que eu diminua as marchas, o ritmoe de certa forma, o fluxo de pensamentos; eu preciso me concentrar na missão de subi-la, para então ter a maravilhosa sensação de terminá-la. E é exatamente sobre isso que quero falar.
Certo dia fui embora da redação reclamando muito que precisaria subir a mal falada campinas e uma frase que a Renata Falzoni soltou me acompanha até hoje: “As subidas são a prova de que tudo é finito!”. Sim, eu pensei. É exatamente isso. Arriscaria dizer que muitos ciclistas tem a mesma sensação que eu quando estão pedalando uma ladeira; a de que aquele momento demora muito para acabar e as vezes até parece que não irá acabar. Mas sim, as subidas sempre passam, como tudo sempre passa.
Não é só no pedal que por vezes encanamos muito com um único trecho do percurso, colocando energias demasiadas em uma pequena parte do todo que é sair para chegar a algum lugar; ou seja, viver. O que eu quero dizer, além de que subidas e momentos sempre passam, é que a gente sempre aguenta. Quando achamos que não, é só a nossa mente querendo desistir.