Rio-2016: MTB consagra dois novos campeões olímpicos
O Mountain Bike agitou o último fim de semana da Olimpíada do Rio de Janeiro. Dois novos campeões olímpicos foram coroados e os atletas brasileiros também marcaram presença.
O Mountain Bike agitou o último fim de semana da Olimpíada do Rio de Janeiro. Os melhores atletas do mundo entraram no circuito do Parque Radical, em Deodoro, para a disputa da prova de Cross Country nas categorias feminina e masculina. Dois novos campeões olímpicos foram coroados e os atletas brasileiros também marcaram presença.

Provas ocorreram no sábado (20) e domingo (21) / © UCI/Cerveny
A competição feminina aconteceu primeiro, no sábado (20). 30 atletas largaram em busca das medalhas e logo no começo a suíça Linda Indergrand tomou a liderança, seguida por um grupo formado pelas atletas Maja Wloszczowska (POL), Jolanda Neff (SUI) e Jenny Rissveds (SWE).
O grupo ultrapassou Indergrand e seguiu ditando o ritmo da prova. Na quinta volta, Neff começou a perder força, ficando para trás da dupla Wloszczowska e Rissveds. Catherine Pendrel, do Canadá, fazia uma prova de recuperação e se aproximava da terceira colocação. Na sexta e última volta, a sueca Jenny Rissveds, atacou para vencer sozinha e conquista o ouro, com apenas 22 anos de idade. Maja Wloszczowska ficou com a prata e Pendrel com o bronze.

Jenny Risveds, de apenas 22 anos, é a atual campeã mundial sub-23 / © UCI/Cerveny
A brasileira Raiza Goulão contou com o apoio total da torcida e terminou na 20ª colocação, dentro de suas expectativas para uma primeira Olimpíada.
“Foi incrível, nunca tive a oportunidade de ter uma torcida tão calorosa, era tanta energia que me ajudou muito. Consegui um top 20, objetivo atingido, com gostinho de quero mais.” Declarou Raiza após a prova.
Competindo com atletas de alto nível, a brasileira brigou pela 19ª colocação com a experiente alemã Sabine Spitz, dona de três medalhas olímpicas – bronze em Atenas, 2004, ouro em Pequim, 2008 e prata em Londres, 2012.
“Foi uma prova bem dura, não larguei bem, tentei me superar, mas não consegui suportar a subida. Disputei com atletas de grande nível, perdi a 19ª posição para uma medalhista olímpica. De passo em passo estou buscando a melhora para o Brasil, em 2020 vou atrás de um resultado mais expressivo para a nossa nação.” Completou a brasileira.
Entre os homens, suiço finalmente vence
A prova masculina rolou no domingo (21), finalizando a participação do ciclismo nos Jogos Olímpicos. Com condições adversas, causadas pela chuva que caiu antes da prova, os atletas foram desafiados a usar toda a técnica do mais puro MTB para passarem pelo percurso.
O suíço Nino Schurter se sobressaiu nessas condições, puxando o grupo de líderes desde o começo. O atual campeão mundial de estrada, Peter Sagan, que decidiu trocar sua vaga na prova de estrada por uma no MTB, veio forte também, saindo do fundo e ultrapassando muitos atletas para chegar no grupo da liderança. Mas um furo de pneu no começo da segunda volta acabou com as esperanças de pódio do eslovaco.
Schurter e o tcheco Jaroslav Kulhavy, medalha de ouro em Londres 2012, dominaram a prova nas voltas seguintes. Mas no final da sexta passagem, o suíço começou a atacar e se distanciar, vencendo com 50 segundos de vantagem, deixando Kulhavy com a prata. Em terceiro chegou o espanhol Carlos Coloma.
Foi o troco de Schurter, que ficou com a prata em 2012, perdendo justamente para Kulhavy. O suíço, que é cinco vezes campeão mundial, perseguia a medalha de ouro desde Pequim 2008, quando terminou com o bronze.

Schurter ganha o ouro em sua terceira Olimpíada / © Reprodução/Rio 2016
Para os representantes brasileiros a prova não foi como o esperado. Apesar de um bom começo, Henrique Avancini e Rubens Valeriano terminaram em 23º e 30º, respectivamente.
Avancini, que chegou a ficar em quarto na primeira volta, as condições climáticas não foram as esperadas, o que atrapalhou seu rendimento durante a prova.
“O circuito hoje estava cerca de 2km/h mais lento do que com condições secas, isso pra mim dificulta bastante, quanto mais veloz o circuito, menor é a minha distância pros pilotos mais tops, tanto na parte física quanto na pilotagem. Eu tinha pernas e velocidade para pilotar no mínimo no top 10, eu esperava encaixar uma boa prova, fazer uma boa estratégia. Infelizmente não consegui desempenhar o que eu tinha.” Comentou.
Rubinho, que logo na largada pulou para o top 15, se envolveu em alguns problemas com outros atletas e teve que fazer uma corrida de recuperação.
“Tentei ganhar o máximo de colocações no começo, mas me enrosquei com outro atleta e o pelotão todo passou, com a minha experiência fiquei calmo e fui pra me recuperar. A chuva que veio foi maravilhosa pra mim, o circuito ficou muito legal, antes subia muita poeira e prejudicava a visibilidade, com a lama ficou espetacular. O resultado não foi o que eu queria, no final eu senti um pouco o ritmo, mas estou feliz e só tenho que agradecer a torcida que era de arrepiar em todas as voltas.” Declarou Rubinho, inflamado pelo apoio dos espectadores, ao final da prova.