No começo dessa semana, o ciclista Diego Brea passou por uma situação perigosa e, de certa forma, bastante comum na vida de quem escolhe se locomover de forma ativa nas grandes cidades. Descendo a Ciclovia da Consolação, na capital paulista, Diego levou uma fina de um motorista que descia em alta velocidade pela pista da esquerda, paralela a estrutura.

A situação foi gravada por Diego e postada em um grupo de ciclistas no Facebook, onde gerou resolva e uma série de comentários que compartilhavam outras experiências semelhantes. “Eu sempre gravo minhas pedaladas, pois as utilizo para mostrar nas redes sociais, para as outras pessoas que pedalam ou não, a nossa realidade do dia a dia.”, comenta o ciclista.

Para ele, além de expor as situações rotineiras de nós ciclistas, gravar suas pedaladas é uma maneira de se assegurar caso algo mais sério aconteça e seja preciso ter provas do ocorrido.” Espero que nada de ruim ocorra comigo no dia a dia, mas se um dia ocorrer, terei como comprovar o que ocorreu.”, explica Diego.

O perigo das finas educativas

Não é a primeira vez que o Bike é Legal publica um vídeo onde um motorista é flagrado passando criminosamente perto de um ciclistas, até mesma a Falzoni já teve essa péssima experiência. “Esta é uma atitude desnecessária realizada por alguns motoristas, esta ação pode ocasionar em acidente e coloca em risco a vida do ciclista.”, comenta Diego, que relata passar por situações semelhantes entre três e seis vezes por semana.

Segundo nosso Código de Trânsito, quando um motorista precisa ultrapassar um ciclista, ele deve fazer isso com segurança e para isso é preciso se afastar ao menos 1,5 metros. O ideal é que o motorista mude de faixa para fazer essa ultrapassagem.

“Me senti assustado, bravo por ter tido este risco desnecessariamente, pelo que vi no vídeo, o motorista me deu a fina na ciclofaixa para ultrapassar um buraco pequeno na faixa onde ele estava, e para isto invadiu a ciclofaixa e fico com as rodas acima dos tachos que dividem a ciclofaixa da ultima faixa da direita. Ou seja, poderia ter me matado, simplesmente por ultrapassar um buraco, mas não se importou com os tachos que dividem a faixa da ciclofaixa.”, lamenta Diego.

Questionado sobre uma possível denúncia, Diego disse ainda estar pensando sobre realizar um Boletim de Ocorrência: “ acho que realizaria, se soubesse que poderia evitar que este risco acontecesse com mais ciclistas.”.

A segurança das estruturas cicloviárias

Morador da Zona Sul de São Paulo, Diego Brea pedala diariamente 34 Km, indo e voltando da Vila Santa Catarina (ZS) até a República no centro de São Paulo, onde localiza-se o seu trabalho. “ não tenho ciclovia em 1,5Km aproximadamente, (…) Acredito que as ciclovias e ciclofaixas trouxeram mais segurança para utilizarmos os modos ativos em São Paulo, mas ainda devemos ter uma transformação na nossa sociedade em dar prioridade a vida ao invés de dar prioridade a velocidade colocando as outras pessoas em risco.”, pondera Diego.

Para o ciclista, também é preciso que esses crimes diários sejam devidamente fiscalizados e punidos. “ Só assim teremos uma sociedade melhor e mais segura para utilizarmos o modo ativo.”, finaliza Diego Brea.