Roubos e furtos de bicicletas crescem 19% em São Paulo
Mais do ciclovias e ciclofaixas, existem outras questões importantes quando o assunto é consolidar a cultura da mobilidade por bicicleta nas cidades
As ruas e ciclovias de São Paulo estão cada vez mais cheias de ciclistas. Segundo senso da Rede Nossa SP, o aumento no número de ciclistas rodando pela cidade foi de 50%, comparando os anos de 2013 e 2014. Ao longo de 2015, a capital foi ganhando mais estrutura cicloviária e passou a contar com ciclovias de extrema importância na conexão das diferentes zonas da cidade, como é o caso da emblemática Avenida Paulista.
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Mais do ciclovias e ciclofaixas, existem outras questões importantes quando o assunto é consolidar a cultura da mobilidade por bicicleta nas cidades. Uma delas é a segurança do ciclista, não só em relação ao trânsito, mas em relação a assaltos.
Nessa quarta-feira (13), a TV Globo divulgou alguns dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo sobre roubos e furtos de bicicleta na cidade de São Paulo. Comparados os números de 2015 e 2016, houve um aumento de 19,3% nestas ocorrências com ciclistas. De 2014 para 2015, esse aumento já havia sido de 14,3%.
Levando em conta apenas o período de janeiro a maio de cada ano, os números absolutos revelam a escalada da violência contra quem pedala. 833 ciclistas ficaram sem suas bicicletas nos primeiros cinco meses de 2014. No mesmo período do ano seguinte, chegou a 952 o número de roubos e furtos de bikes. Por fim, nesse ano de 2016, 1.136 bicicletas já foram roubados ou furtados de seus donos.
Números referentes aos anos anteriores ao plano CicloviaSP não foram divulgados e uma comparação entre o aumento de ciclovias e de ocorrências com ciclistas não é possível ser feita. A porcentagem desses incidentes entre 2014 e 2015 e entre 2015 e 2016 é de 5%.
A reportagem do Bike é Legal entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo para obter os números completos, mas não obtivemos resposta. Em outras ocasiões em que esses números foram solicitados pela nossa equipe, o órgão do goervno estadual havia declarado que não era possível estimá-los, pois as bikes eram registradas como ‘outros objetos’ no sistema de Boletim de Ocorrência.
Pontos críticos da cidade
Aberta por conta de obras do metrô na outra margem, o lado oeste da Ciclovia do Rio Pinheiros é uma importante estrutura para os ciclistas que cruzam a cidade da Zona Sul à Zona Oeste. Por conta da falta de policiamento e iluminação no local, as denuncias de assaltos na ciclovia são antigas e fazem com que os ciclistas se organizem até mesmo em comboios para usar a estrutura.
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Recentemente, diversos usuários da Ciclovia da Sumaré, na zona oeste, também começaram a denunciar tentativas de assaltos, especialmente no meio da tarde. Segundo testemunhas, um trio de garotos ronda a região e persegue os ciclistas que pedalam pela ciclovia.
Com medo das ocorrências, a ciclista Rachel Schein acaba se arriscando em meio aos carros na Sumaré para evitar a abordagem. “Voltando da festa do Bicicultura, por exemplo, eu e minha amiga viemos pela segunda faixa pra tentarmos usar os carros como escudos e evitarmos que alguém atravessasse a avenida pra nos abordar.”.
Rachel ainda relatou que, na ocasião, os poucos carros que passaram pela via tiraram fina delas e as mandaram para a ciclovia. “Será q eles não conseguem imaginar que se tem duas mulheres pedalando às três da manhã numa avenida onde os carros andam super rápido e tem uma ciclovia, é porque deve ter um motivo pra estarmos fora dela?”, questiona a cicloativista.
O Conselho Comunitário de Segurança Pública de Perdizes disse já estar ciente dos casos e pede paciência que em breve a polícia irá agir.