Entre vales e lagos, Eco Cuesta promove o cicloturismo no interior de SP
As cidades de Botucatu, Bofete e Pardinho fazem parte do Pólo Cuesta. Esse termo se refere ao planalto ligeiramente inclinado, constituído por duas superfícies, uma encosta abrupta e outra mais suave.
As cidades de Botucatu, Bofete e Pardinho fazem parte do Pólo Cuesta. Esse termo se refere ao planalto ligeiramente inclinado, constituído por duas superfícies, uma encosta abrupta e outra mais suave.
A região é um convite para quem gosta de esportes. E no mountain bike, a diversidade que existe de trilhas pode satisfazer o gosto dos mais exigentes.
A beleza natural é encontrada nas paisagens dos vales, formações rochosas, vegetação abundante, cachoeiras, ar puro e no céu azul.
O local tem algumas lendas como a rota de passagem dos Incas, denominada Peabiru. O termo se dá a partir da junção de pe e biru – caminho para o Peru, ou caminho para a montanha do sol -, biru era como os Incas denominavam seu território. Nas formações rochosas eram onde aconteciam os rituais, hoje o local é usado para contemplação e meditação, tendo sempre que ter um cuidado extra pela quantidade de cobras que ali vivem.
Já é possível encontrar sinalização da Rota do Peabiru. Uma ciclorota nos moldes do caminho da Fé está sendo montada e promete ser uma experiência incrível aos peregrinos ou bicigrinos que encararem o desafio.
O grande marco natural é o Gigante Deitado; rochas esculpidas pela erosão do vento no solo, que se assemelham a um grande gigante com a barriga para cima. A parte da barriga ainda possui vegetação nativa e a parte que seriam os pés são formadas pelas Três Pedras, onde é possível chegar pedalando com garantia de muito suor e esforço.
Nós optamos por fazer a Trilha da Pedra do Índio. O local de partida foi a cidade de Pardinho, distante 200 km da capital paulista, o ponto de referência é a estação da Sabesp onde é possível deixar o carro, zerar o odometro e partir.
O asfalto é companheiro nos primeiros quilômetros, até uma terra vermelha e um verde abundante passarem a tomar conta da paisagem. Seguimos até o bairro ou fazenda Demétria, onde o destaque são os produtos naturais e orgânicos – sem uso de agrotóxicos. É possível visitar as bio lojas, lagos e restaurantes.
Deste ponto começam as subidas, com trechos de muitas pedras, outros de areia fofa e alguns de chão batido. Passamos por grandes lagos e a trilha em geral é aberta, podendo mudar dependendo da colheita dos canaviais. Dai seguimos até a fazenda particular da Pedra do Índio.
Chegamos praticamente a beirada do penhasco com nossas bicicletas e garanto que é impossível não ser tomado pela paisagem. Um dente de pedra pairando no céu, com todo vale e seus tons de cores abaixo, o céu azul e o sol brilhando fazem o coração palpitar mais forte. E para os corajosos, chegar mais perto da beirada cresce a inspiração.
Certamente, posso afirmar que é um dos lugares mais bonitos do Brasil para pedalar e ter contato com a natureza. Voltamos no mesmo sobe e desce, dessa vez motivados pela chegada no conhecido Bar do Vivan – ponto de encontro de esportistas e regionais – para nos deliciarmos com a famosa coxinha (que você faz questão de dividir com os papagaios que descem do telhado de árvores para pedir um pedaço) acompanhada de uma tubaína bem gelada e a visão do vale abaixo.