E a diversidade? Cicloativistas criticam Festival que só convidou homens brancos
A Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo) publicou em 23 de junho, uma nota-manifesto repudiando a falta de pluralidade em festival brasileiro de filmes sobre mobilidade.
Na última semana, a Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo) publicou uma nota-manifesto repudiando a falta de pluralidade no 1º Festival Brasileiro de Filmes sobre Mobilidade e Segurança Viária.
Para os ativistas, falta diversidade na lista de convidados – todos os palestrantes especialistas nos temas são homens brancos. O evento acontece em agosto na cidade de São Paulo e é uma iniciativa do Ministério da Cultura e Governo Federal.
Por meio da nota, a Ciclocidade ressalta que a realização desse evento é um grande avanço em um país que é o quarto maior do mundo em número de mortes no trânsito, segundo levantamento realizado pelo Instituto Avante Brasil.
Porém, também chama atenção “Dar voz exclusivamente a autoridades e a gestores de políticas públicas do gênero masculino não possibilita refletir adequadamente os variados pontos de vista dos grupos que efetivamente são mais vulneráveis no ambiente urbano.”.
E finaliza esse parágrafo, com a seguinte afirmação: “É inaceitável um seminário sem a representação da diversidade de gênero, cores e etnias dentre @s interlocutor@s.”
Veja abaixo, algumas outras citações da nota:
“A ausência da presença e da voz das mulheres na discussão sobre qualidade e bem estar nas cidades é ainda mais grave considerando que o machismo ainda faz delas as maiores vítimas de assédio em espaço público e, ainda, as principais responsáveis por todo o trabalho doméstico e de cuidados não remunerado, inclusive dos milhares de homens vitimados pelo trânsito todos os anos.”
“Essa situação é sintomática, é a reprodução narrativa e simbólica de comportamentos de uma sociedade sexista, racista e centrada no automóvel. Entende-se que gestar um discurso igualitário e democrático, que oriente a construção de cidades mais humanas, é um exercício indispensável para entender e desfragmentar coletivamente essa disparidade de representação ainda tão presente e transversal na nossa sociedade. Somente assim, caminharemos (e pedalaremos) para mais justiça e sustentabilidade nas cidades!”