Dois Elos da Bicicleta: Uma história de amor sobre duas rodas
Não enfrentaria mais caminhos difíceis, longas ladeiras e curvas fechadas da exata forma que já conhecia.
Mulher de atitude, de força e de garra. Garota adolescente independente. Menina que brinca de forma inocente. Essa é Rosângela, ou somente Sân.
Cansada de chamar e esperar amigos que convidava para pedalar, resolveu praticar ciclismo sozinha e, assim, expandiu algo que todos nós temos, mas que muitas vezes represamos em nossas vidas por circunstâncias alheias à nossa vontade: a liberdade.
Solitária, a mulher- garota- menina começou a pedalar buscando força em cada reta, descida ou subida, e ao passar por cada esquina desejou sempre ir cada vez mais longe. Sân, mesmo só, começou a voar e a amplificar seu exemplo de vida para todo universo.
Atitude na mente, capacete na cabeça, bicicleta no corpo, força nas pernas, brisa no rosto, desafio imposto, lá estava ela seja na chuva, no frio ou no calor, sempre conhecendo novos lugares e levando tão somente na bagagem água e força de vontade.
Com o decorrer do tempo, sua longa coleção de histórias ciclísticas restou longe de ser uma simples experiência, na grande realidade se tornou uma verdadeira celebração à vida.
Em três de abril de dois mil e dezesseis, Sân participaria de uma pedalada forte, com subidas longas, cascalho, poeira e temperatura elevada. Era dia de explorar a rota cicloturística “Caminhos do Capivari”, em São Bernardo do Campo/SP. Naquela data quente, a ciclista mal sabia que iria se deparar com uma mudança em sua vida.
O poder infinito de transformação da bicicleta mostraria uma de suas inúmeras cartas: a motivação de pedalar ganharia contornos mais amplos, emotivos e sensoriais.
Dali por diante, Sân não pedalaria mais como antigamente:
Não enfrentaria mais caminhos difíceis, longas ladeiras e curvas fechadas da exata forma que já conhecia.
Não iria mais usar apenas a força interna para ir e vir, como costumeiramente exercia.
Não encararia mais tempestades, neblinas, ventos e sol escaldante, da mesma maneira que já fazia.
Isso porque, naquele memorável início de abril, surgiu um ciclista que faria parte de sua vida dentro e fora dos pedais, que a acompanharia nos futuros desafios da vida e que acima de tudo a amaria dia a dia…
Sân, não pedalaria mais só. Afinal, ela me conheceu!