Piemonte: uma cicloviagem pelas terras aos pés das montanhas italianas
E pedalar por lá, é pedalar por belas estradinhas repletas de vilas medievais, quase sempre no topo dos morros emolduradas por grossas muralhas com as indefectíveis torres de tijolos
Piemonte é uma região de paisagens deslumbrantes, mundialmente conhecida pela produção de vinhos. A cidade está ocalizada a noroeste da Itália, fazendo fronteira ao sul com a Ligúria; ao norte com o Vale de Aosta e a Suíça; ao oeste com a França e ao leste com a Lombardia.
Seu nome de origem, Pedemontes, significa “terra que fica aos pés das montanhas” e de fato, os Alpes e os Appeninos Ligures o cercam, deixando livre só a parte oriental, início da fértil planície Padana, cortada pelo rio Pó e seus afluentes.
Mas, o local também é conhecido por ser excelente para os ciclistas. Além dos italianos, em uma breve pedalada por lá, encontramos ciclistas de todas as partes. Sempre em meio a uma paisagem essencialmente agrícola, as povoações cresceram sobretudo no alto das colinas. A região é cortada por muitas estradinhas em um sobe e desce o tempo inteiro. E pedalar por lá, é pedalar por belas estradinhas repletas de vilas medievais, quase sempre no topo dos morros emolduradas por grossas muralhas com as indefectíveis torres de tijolos, muito altas, dominando o horizonte, entre vinhedos e mais vinhedos, em meio a sua onduladas colinas verdejantes, que conservam uma escala e uma fisionomia de outros tempos, o que não deixa de ser surpreendente.. É uma região emocionante que causa arrepios!
Bicicleta, gastronomia & vinho:
O Piemonte está bem preparado para receber os turistas. A região é muito conhecida devido sua gastrônomia e bons vinhos refinados. A gastronomia e a enologia nesta região são coisas sérias e ao mesmo tempo banais. Todos vivem pela gastronomia e enologia, comem e bebem muito bem.
Todas as estações tem seu charme. Mas se puder, descarte o verão – julho e agosto – muito quente; descarte o inverno – dezembro, janeiro e fevereiro – muito frio e a neva deixa difícil e desconfortável pedalar.
E como se não bastasse ser privilegiado com vinhos especiais, o Piemonte é a terra das trufas brancas que, durante o outono setentrional, perfumam as feiras de Alba com seus aromas terrosos e pungentes.
O outono – meados de setembro, outubro e novembro – é a alta estação do Piemonte. No início de outubro até meados de novembro acontece a famosa Fiera del tartufo bianco d’Alba – a feira da trufa branca de Alba. Amantes de trufas do mundo inteiro se encontram no Piemonte hipnotizados por esta iguaria do reino dos funghi.
Trufas brancas
Elas são o caviar da gastronomia italiana. Com a diferença de que caviar você tem o ano todo; tartufi bianchi frescos, só por dois meses. Daí o frenesi que as trufas vêm criando, o justificado desespero pela sua escassez, os preços que galopam alucinadamente, ano após ano.
Uma vez colhida nos bosques, à trufa branca deve ser comida em três dias. No frigorífico, envolta em papel poroso, aguenta no máximo 15 dias até ficar mole e deixar de ser comestível. É, portanto, um luxo instantâneo, uma preciosidade efémera quer terá por clientela provável gente com mais zeros na conta bancária. Outra maneira de dizer que a trufa branca tem tanto de iguaria como de símbolo de exclusividade
Entre as muitas cidadezinhas algumas são de visitas obrigatórias, como Barolo, uma cidade tão pequena, que se parece mais como uma vila, mas se comparada à Barbaresco, ainda podemos considerá-la como grande. Vista no alto de uma colina, ela se resume, praticamente, a uma rua. Estas duas vilas, se assim podemos chamar, batizam seus vinhos com o próprio nome, e que por sua qualidade e características únicas, encantam apreciadores da enologia de todo o mundo. Considerados ícones do Piemonte, e da enologia italiana.
Os vinhos do Piemonte
O Barolo é um vinho único, possui grande estrutura aromática, longa persistência, acidez pronunciada, tânico, bom corpo e grande poder de envelhecimento. É considerado por muitos conhecedores o rei dos vinhos.
O Barbaresco, por sua vez, é considerado o príncipe dos vinhos do Piemonte, pois desenvolveu-se e disputa hoje, ao lado do Barolo, o posto de grande exemplar. É mais delicado e elegante, mas com bastante intensidade de aromas, tem acidez destacada e muito sabor.
Outros vinhos que ganham destaque no Piemonte são:
O Barbera ganhou destaque no mundo do vinho depois de seus produtores terem modificado o sistema de plantio. Diminuíram o rendimento das vinhas e utilizaram barricas de carvalho para conseguir controlar a acidez e ganhar um sabor frutado intenso, taninos leves e agradáveis.
O Dolcetto é um vinho para se beber jovem, com aromas frutados, estrutura média, pouco tânico e com acidez equilibrada, que ainda deve melhorar com as inovações. Em relação aos brancos, devemos prestar atenção especial no Arneis de Roero, no Moscatto D’Asti e noChardonnay do Langhe.
A culinária do Piemonte
Até a década de 1970 o Piemonte era uma terra sem tradição alguma no que se refere ao turismo. Essa situação mudou consideravelmente graças à gastronomia e à vitivinicultura que colocaram essa terra enevoada na rota dos gourmet de todo o mundo. A culinária piemontesa se destaca pela criatividade e pela utilização de produtos sempre frescos e da época, e o seu diferencial está no modo de vida e no trabalho rural.
Os arredores de Alba, Barolo e Barbaresco protagonizam um roteiro de ciclo viagem que tem como elemento principal o prazer à mesa, somado por uma paisagem que mistura encostas cobertas de vinhedos com pequenas cidades medievais.
Devido ao clima e ao relevo, a restrição de opções de produtos foi o grande incentivador dessa culinária de grande prestígio. Nesse leque restrito de produtos, destacam-se: a trufa branca, o arroz arbóreo, a carne vermelha e as caças.
O Piemonte é base do movimento slow food (movimento eco-gastronômico que celebra o alimento de qualidade, a biodiversidade e o prazer de comer). Muita paciência para se comer lá, pois demora muito! Para quem tem pressa e é acostumado a serviços rápidos, lá não é um local recomendado.
E ter a possibilidade de conhecer tudo isso de bicicleta é algo indescritível! Lindo demais pedalar por lá e os enófilos-ciclistas não devem morrer sem antes conhecê-lo.
O Sampa Bikers organiza anualmente essa cicloviagem em Setembro. Em 2016 acontecerá de 18 a 24.
Valor 1950 euros
Inclui: – Hospedagem: 6 pernoites em hotéis e pousadas categoria A em habitação dupla com café da manhã. Transporte de bagagens entre os hotéis e resgate quando necessário. Acompanhamento de guia especializado (Paulo de Tarso – Pres. do Sampa Bikers).
As hospedagens das cicloviagens do Sampa Bikers são selecionados e testados com atenção especial ao café da manhã e à localização (fácil acesso de bike), pois consideramos estes critérios importantíssimos em uma viagem de bicicleta.
Ítens não inclusos no preço: Passagens aéreas, passagens de trem, seguro viagem, Hotel em Milão, traslados, entrada para atrações turísticas, taxas locais de ocupação hoteleira, alimentação, bicicleta e extras de qualquer tipo. Aluguel da bicicleta, incluindo capacete e bolsa no bagageiro acoplado – valor de 150 euros toda a viagem.