Pedalar em grupo: mais que um exercício, um verdadeiro trabalho coletivo
Em resumo, a alcateia segue ao ritmo dos anciões e sob o comando do líder que impõe o espírito de grupo não deixando ninguém para trás.
Desde o surgimento em SP dos “Night Bikers” tempos atrás, a onda dos pedais em grupo tem se alastrado pelas ruas de muitas cidades do Brasil.
Ilustração de Lorfis – Aniu
SWW Wolf Bike
Na cidade de São Paulo e na Grande São Paulo, sobretudo no ABC paulista, é cada vez mais frequente o crescimento de pedaladas noturnas independentes. Cada uma no seu estilo: circuito iniciante, intermediário, ou avançado.
Porém, pedalar de noite requer muitos cuidados. O uso de luzes, capacete e luvas são itens importantes para que o ciclista possa ter mais segurança. Ainda assim, a atividade requer atenção redobrada. Não é só pelo fato de que a visibilidade da bicicleta diminui bastante, mas também por conta de que a imprudência de motoristas e a criminalidade são mais frequentes.
Desse modo, é importante que se adote alguns cuidados. Entre eles destaco a necessidade de ciclistas veteranos ficarem na abertura e no fechamento dos grupos. O ritmo do pedal deve sempre acompanhar os menos experientes. Outra questão primordial: a comunicação interna durante o treino / passeio deve estar sempre ativa, seja por meio de apitos ou rádios.
Nesse sentido, destaco como exemplo a ser seguido o “Bip Bip Bikers” de São Bernardo do Campo/SP. Devido ao crescimento do número de participantes, a compra de rádios foi uma ideia adotada. A iniciativa proporcionou mais segurança e conforto aos passeios. Os mais experientes buscam sempre guiar e orientar os demais. Ninguém fica para trás!
Infelizmente, condutas como essas nem sempre são empregadas em outras turmas de bikers. É comum a notícia de pedaladas que não esperam os últimos componentes, o que gera total insegurança. Imprevistos e acidentes podem acontecer e dependendo do ocorrido, a ausência de uma assistência imediata poderá agravar ainda mais o problema. Para grupos assim, recomendo a “lição dos lobos”. Os selvagens ensinam com uma bela moral:
Numa alcateia, os 03 primeiros lobos são os mais velhos e marcam o ritmo do grupo. Se fosse ao contrário, seriam deixados para trás e perderiam o contato com o bando. Em caso de emboscada dão a vida em sacrifício pelos mais jovens. Eles são seguidos pelos 05 lobos mais fortes que os defenderão em um ataque surpresa. No centro seguem os demais membros da alcateia, e no final do grupo seguem os outros 05 lobos mais fortes que protegerão o grupo. Em último, sozinho, segue o lobo líder. Nessa posição ele consegue controlar tudo ao redor, decidir a direção mais segura que o grupo deve seguir e antecipar os ataques dos predadores.
Em resumo, a alcateia segue ao ritmo dos anciões e sob o comando do líder que impõe o espírito de grupo não deixando ninguém para trás.
“O verdadeiro sentido da vida, não é chegar primeiro, mas chegar todos juntos ao mesmo destino”.