*Atualizado às 16h55

Antes que achem que sou contra a política do McDonalds em geral, veja essa matéria onde mostramos a embalagem que a rede de “fastfood” lançou para ciclistas. Interessante como esse outro comercial do McDonalds, de 2005, mostra como a política adotada pela empresa evoluiu até aqui.

Infelizmente o vídeo foi editado para ficar privado, impossibilitando sua visualização no portal do Bike é Legal, mas ainda está disponível no próprio site do Vimeo, veja no link.

O comercial que faz parte de uma campanha publicitária lançada em Nova York há mais de dez anos mostra um “ciclista” literalmente jogando sua bike fora, após descobrir que ganhou um carro. O narrador dá sequência à cena: “Atualize seu veículo, McDonald’s está distribuindo Mustangs…”.

A apologia ao carro, ou a bike sendo representada como algo descartável, já seriam por si só bons motivos para uma crítica em relação à produção; mas os dois motivos quando juntos fez-se inevitável uma reflexão. Afinal, com todo o poder que o McDonald’s ostenta não seria mais interessante investirem em ações sociais, ou em salários mais justos, do que em uma campanha que sugere que as pessoas troquem suas bikes por carros?

Reprodução

Momento em que o ciclista joga sua bike na água.

No atual contexto, em que as bikes têm ganhado força nas grandes cidades, é quase inimaginável existir uma peça publicitária com esse teor, que vá contra a tendência mundial de trocar os carros por bicicletas. O Mustang oferecido na promoção é tido por muitos como símbolo de sucesso e bem estar; mas todos sabem que a rede alimentícia não possui uma reputação de ser nem saudável, nem de autonomia financeira para a maioria dos funcionários e clientes.

Em vez de incentivar uma vida mais saudável para balancear sua atuação na alimentação (como no caso da embalagem para ciclistas), eles reafirmavam sua conduta gananciosa e ambiciosa, em que os lucros são sempre mais importantes que o bem estar físico e econômico de clientes e funcionários. Será que como possíveis clientes não podemos exigir mais ações sociais, culturais, voluntárias, etc? Será que o lucro dessas multinacionais não podem ser revertidos para o bem da sociedade? Será que o governo têm de ser o único responsável pela qualidade de vida das pessoas?

Deixo uma citação popular para finalizar a reflexão:  “Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades!”

*ERRAMOS: o texto, quando publicado, tratava a peça publicitária como atual, quando na verdade trata-se de uma campanha feita pelo McDonalds em 2005. Pedimos desculpas a nossos leitores pelo equívoco.