Chuvas danificam piso e CPTM interdita ciclovia do Rio Pinheiros
Quem pedala diariamente na ciclovia do Rio Pinheiros, em São Paulo, foi surpreendido no último final de semana.
Quem pedala na ciclovia do Rio Pinheiros, em São Paulo, foi surpreendido no último final de semana. Acontece que a via foi interditada por conta das chuvas que castigaram São Paulo na sexta-feira (11).
Segundo a CPTM (Companhia de Trens Metropolitanos), parte da pista desbarrancou durante a tempestade quando uma tubulação da Sabesp não resistiu à pressão e acabou cedendo, danificando a ciclovia. Ainda não foi dada uma previsão oficial para a reabertura.
A Sabesp visitou o local nesta segunda-feira (14) para avaliar o tamanho do estrago, que ocasionou o fechamento dos acessos à ciclovia na Vila Olímpia e Parque do Povo, além das entradas nas pontes Cidade Jardim e Cidade Universitária.
Em nota, a CPTM informa que o outro trecho da ciclovia, que vai da ponte João Dias até a estação Jurubatuba, não sofreu impactos e segue em funcionamento. A ciclovia na outra margem do rio, que vai da ponte Cidade Jardim até a João Dias, também continua aberta e disponível normalmente aos ciclistas.
Durante fortes chuvas do verão passado, um problema parecido interditou trecho da via para bicicletas. Em março de 2015, o Bike é Legal mostrou que outra tubulação da Sabesp rompeu com a pressão da água e também abriu uma cratera na estrutura. De lá para cá, não foram implantadas medidas que impedissem a repetição do problema. Relembre no vídeo abaixo!
Edu Cole
Em média, 43 mil ciclistas usam a via todo mês, seja para transporte, lazer ou prática esportiva.
CPTM quer privatizar ciclovia
O novo problema e consequente interdição da estrutura acontece poucos dias após o anúncio da possível privatização do espaço pela CPTM. Em nota oficial, o órgão estadual, que administra a pista para bicicletas desde a inauguração em 2010, diz que realizará uma chamada pública para receber propostas de interessados em assumir a operação da ciclovia do Rio Pinheiros.
O processo será iniciado no próximo dia 31 de março e deve levar cerca de 30 dias até o anúncio da proposta vencedora. A partir daí, espera-se que toda a transferência para a iniciativa privada seja concluída em até sete meses.
Segundo o jornal Valor Econômico, o custo de operação da ciclovia hoje gira em torno de R$200 mil por mês e a CPTM alega que a intenção é oferecer melhor serviço e aumento o uso da bicicleta na região.
A empresa não terá que pagar nada ao Estado e, entre as contrapartidas defendidas pela CPTM, estão o direito de explorar a veiculação de publicidade na via, além de usar a imagem da ciclovia para promover a marca ou empresa
Entre as melhorias defendidas pela empresa estatal estão a instalação de calibradores automáticos em pontos estratégicos ou equipamentos chamados de “Fresh Station”, que liberam gotículas de água no caminho. Iluminação noturna e estações de ginástica para complementar a atividade física também são citadas pela CPTM, mas a companhia não dá detalhes nem explica se tais benefícios vão ser uma exigência para as empresas interessadas.
Veja o vídeo da cratera aberta na ciclovia em março de 2015: