Feliz demais pelo meu grande amigo Juca Favela! Olha só o que ele tem a dizer sobre o pequeno:

“A historia do Cameron com a bicicleta começou quando ele tinha 7 meses de idade. Eu comprei uma push bike (balance bike) e já no primeiro dia fomos a uma pista de skate perto de casa chamada Ocean Beach Skatepark, que fica em San Diego na Califórnia.

Quando ele ganhou um controle sobre bike sem pedal, apresentei uma bike com pedal no aniversário de um ano e fui fazendo uma transição. Ele andava 3 dias com a bike sem pedal e duas horas com a de pedal, mesmo sem ainda saber pedalar muito bem. O equilíbrio e a confiança adquiridos com a push bike ajudou muito na transição. Já com um ano e meio ele começou a dropar umas rampas na pista de skate, mas ainda resistia a usar a bike com pedal por ser muito mais trabalhosa para andar. Nessa época a Renata Falzoni também estava ensinando seu neto a andar de bike e tivemos algumas conversas sobre o assunto.

Cameron, filho de Juca Favela com seu primeiro troféu! / © Juca Favela

Só com 2 e 2 meses ele saiu pedalando de verdade. Pelo fato de nunca ter usado rodinhas de apoio a transição foi mais lenta. Eu sabia disso, mas não queria que ele ficasse dependente da rodinha e andasse torto na bike sem saber se equilibrar. As rodinhas tiram as chances da criança aprender a se equilibrar.

Eu tirei o freio!

Muitas pessoas me criticaram por eu não dar uma bike com freio, mas em minha experiência como biker profissional vi muitos meninos com freios sem força nos dedos para poder apertá-los como deveriam. Então decide tirar o freio, mas nos primeiros rolês com a bike eu evitei em levar ele em lugares com subida ou descida, ajudando e deixando facilmente ele fazer a sua própria velocidade. Isso deixou ele mais consciente de velocidade e o ensinou a tomar decisões antecipadas e não em cima da hora. Com isso foi desenvolvendo uma habilidade que poucos meninos com a idade dele podem adquirir , não por não ter talento e sim por medo dos pais.

Nessa idade eles andam tão devagar que não tem perigo de acontecer nada grave, somente uns ralados que para criança é normal. A criança depois que cair uma ou duas vezes não quer cair mais e isso estimula ela a ter uma reação rápida, além de tomarem uma decisão mais consciente.

Meu pai dizia quer andar de bike, vai e anda então! Eu caia e levantava com dor, mas continuava andando… Mesmo ele não sabendo andar de bike, me ensinou da forma dele (kakakakkaka). “Se chorar não trago mais porque você quem me pediu para trazer”, dizia ele. Mas nunca falei ou vou falar assim com meu filho!

Os anos se passaram e sempre andamos na pista de skate com a bike aro 16 e ele sempre falando -quero ir em uma corrida… -. Há dois meses levei ele e mostrei duas vezes o vídeo do Miguel, filho do Carlinhos Wojtowicz e Da Patricia Wojtowicz de Carapicuiba. O Carlinhos é um profissional de bmx racing com muito respeito na cena do bmx.

Deixei ele ir somente nos treinos misturados e largar do jeito dele. Assim que acabamos, a primeira coisa que ele disse foi: “Pai agora é competição de verdade, posso correr..” . E eu disse que não! Ele fez uma cara de triste e quase chorou…

Depois de dois meses -isso porque a pista fechou por chuva, natal, ano novo e não podíamos andar-, acabei conhecendo o Renato Rezende e fomos filmar um vídeo rápido e ele também deu umas dicas.

No final de semana passado fomos na pista de Race para a tão esperada corrida de verdade como diz o Cameron. E ele ganhou! Ele está com 5 anos de idade e ainda anda sem freio. Só quer saber de bicicross agora!

Eu queria agradecer John Webber da vee tire co, Darcey Enarson e Kenneth Enarson da Markit por sempre nos ajudarnos, Carlinhos e Patricia pelas dicas e Renata falzoni por sempre ajudar o Bmx no Brasil. “