"Milão Sem Carros" é para se pensar
Milão, proíbe a circulação de carros particulares, pois os índices de poluição apresentados ao longo deste ano, superaram o máximo permitido. São Paulo poderia fazer o mesmo?
Milão, a capital industrial da Itália, com cerca de um milhão e meio de habitantes, proibiu a circulação de carros particulares, de 10 e as 17 horas, entre os dias 28 e 30 de dezembro, pois os índices de poluição apresentados ao longo deste ano, superaram o máximo permitido durante 97 dias do ano.
Ainda para combater esse mal, a poluição que só aqui em São Paulo mata 12 pessoas por dia, a velocidade máxima permitida para os ônibus é de 30 km/h. Essa medida é importante incentivo para que crianças, mulheres e pessoas menos experientes, saiam de biciletas em segurança nas ruas.
Outros 11 municípios da mesma região italiana, a Lombardia, adotaram essas restrições aos carros individuais e durante essa semana que precede a virada de ano, os prefeitos dessas cidades, estão debatendo soluções para o combate efetivo da poluição.
Roma, a capital do país, também adotou medidas similares de restrição a veículos automotores nesse mesmo período.
Esses é mais um exemplo de tema de debates que nós brasileiros devemos, deveríamos colocar em pauta para as próximas eleições a prefeitos aqui no Brasil.
Além de saúde e educação a todos, o foco deve recair em soluções para:
- Combate efetivo a poluição do ar.
- Segurança de todos no trânsito com total prioridade do ser humano.
- Transporte público com prioridade sobre o individual.
- Inspeções veiculares de tal forma a coibir a circulação de carros mais poluidores.
- Continuação e aprimoramentos do Plano Cicloviário.
- Saneamento básico
E por aí vai.
Não há como combater esses males sem restringir a circulação de carros particulares. Isso não é uma opinião minha, é fato consumado.
Na busca por audiência a qualquer custo, corremos o risco do foco dos debates aqui no Brasil serem retrógrados, para não dizer reacionários.
Em vez de questionar os 12 cidadãos que morrem ao dia vitimados pela poluição, ou mesmo os 3 pedestres mortos a cada dois dias, sem falar no ônus público pela na imensa quantidade de mutilados oriundos dessa guerra do trânsito, tem candidato que prefere anunciar que – uma vez eleito – retrocederá a velocidade da marginal para os indecentes e criminosos 90 km/h.
Logo mais haverá aquele outro dizendo-se que”não sou contra as ciclovias mas…”
Pior de tudo são as palmas de uma claque entusiasmada e decadente, similar aos romanos no Coliseu, aplaudindo mortes de sangrentas lutas contra leões.
Hoje Milão e Roma combatem essas mortes com foco em medidas eleftivas, aqui o debate ainda está sob o efeito da falta de informação, aliada a impunidade generalizada e o profundo egoísmo enraizado em nossa cultura.
Falta cidadania.