A gratificante sensação de ensinar alguém a andar de bicicleta
Provavelmente foram parcelas pequenas de responsabilidade, mas mesmo assim, tenho orgulho de dizer, que ajudei a colocar pelo menos mais 4 ciclistas nas ruas da cidade.
Faz apenas 9 meses que estou pedalando diariamente, indo e voltando do trabalho. Nas primeiras semanas foi difícil me adaptar ao novo modal, os caminhos ainda não eram dos melhores e a minha apreensão ainda era grande. Nestes primeiros dias, cada ultrapassagem perigosa significava mais cuidado da minha parte, cada subida um pouco maior era motivo para desmontar da bicicleta e empurrá-la e eu usava mais a calçada do que a rua propriamente dita.
Apesar de pedalar diariamente há pouco tempo, já conheci duas pessoas que se inspiraram em mim para começar a pedalar. Alguns dias atrás, estava parado no farol, quando um ciclista parou ao meu lado, abriu um sorriso e me cumprimentou; depois de cumprimentá-lo de volta, também com um sorriso no rosto, ele disse algo parecido com: “Já tinha te visto algumas vezes, mas você estava sempre lá na frente, gostei da idéia e com as ciclovias resolvi tentar, faz algumas semanas que estou pedalando…”
O depoimento me deixou super feliz. Como um bike anjo cadastrado, um ciclista “iniciante” e alguém que trabalha diretamente com assuntos relacionados à bike, nada foi mais gratificante que ser um dos responsáveis por mais uma bicicleta nas ruas de Sampa. Provavelmente foram parcelas pequenas de responsabilidade, mas mesmo assim, tenho orgulho de dizer, que ajudei a colocar pelo menos mais 4 ciclistas nas ruas da cidade.
Além destas três pessoas (dois descohecidos e a amiga Giuliana Pompeu), no último sábado atendi a um pedido de Bike Anjo, onde tentei ajudar o Caio Sábio Muniz, que tinha o desejo de aprender a andar de bike. A princípio achei que iria acompanhá-lo em uma pedalada, dando algumas dicas de comportamento no trânsito, mas ele não sabia pedalar, por isso decidimos nos encontrar no Parque Ibirapuera, onde ele poderia alugar uma bicicleta e teríamos espaço para treinar.
Após uma volta empurrando a bike, já desisti da estratégia; comecei a conversar e dar dicas de equilíbrio, da física por trás da bike, de como o guidão pode ajudar a se manter de pé… Após quase duas horas de treino, o Caio já estava descendo a ladeira quase inteira, sem colocar os pés no chão (só compensando com movimentos do guidão). Terminando a aula com nós dois surpresos e contentes com o resultado, expliquei que casos como o dele são melhor resolvidos pelas EBAs (Escolas Bike Anjo), enquanto o Bike Anjo em si, tem como objetivo ajudar quem já sabe o básico.
Se consegui esse número (4 novos ciclistas), em menos de um ano pedalando, imagina quantos poderei ter ajudado em alguns anos, principalmente com minha experiência melhorando com o tempo. Seja você um exemplo também, pedale, sorria e seja mais gentil com as pessoas; os resultados podem te surpreender, como me surpreendeu.