A base do ciclismo em seu formato extremo
A estreia da pista oficial da modalidade Super BMX da Rio 2016 deu o que falar.
A estreia da pista oficial da modalidade Super BMX da Rio 2016 deu o que falar. Após os melhores pilotos do mundo apontarem melhorias a serem feitas, a competição que inaugurou as rampas e curvas insanas dos próximos Jogos foi interrompida pela chuva. Mesmo assim, os atletas já puderam ter uma ideia do que encontrar ano que vem.
De qualquer forma, além da competição, Renata Falzoni e eu tivemos a oportunidade de realizar entrevistas exclusivas com os brasileiros cotados para nos representar nos Jogos e também com os melhores atletas do planeta nesta modalidade eletrizante.
Incrível como os praticantes de BMX revelam sua ligação com a bicicleta além do esporte. O transporte em duas rodas é realidade na vida de todos eles. Renato Rezende, nossa esperança de medalha em 2016 conta: “Eu realmente acredito na bicicleta como um meio de transporte eficiente, desejo que todas as pessoas tenham a oportunidade de pedalar”.
Felipe Meireles
A campeã olímpica em Londres 2012, Mariana Pajon da Colômbia, revela: “ A bicicleta é um meio de transporte muito utilizado em meu país, então acabam saindo muitos esportistas por causa disso”. O atual campeão mundial, o holandês Niek Kilmman de apenas 19 anos, diz: “Pedalo todos os dias desde os 7 anos de idade. As vezes chegava a pedalar até 12 horas por dia ao lado de meu irmão”.
Mas o que estas duas feras têm em comum além do lugar mais alto no pódio?
Uma medalha olímpica ou um campeão mundial em qualquer modalidade do ciclismo não significa apenas uma vitória do esforço pessoal. Trata-se do retrato de uma nação que pedala. E, normalmente, o BMX é responsável pela iniciação de qualquer criança no mundo das bicicletas.
Estas bikes pequenas, mas muito invocadas, proporcionam vivência corporal e o estímulo ao raciocínio rápido. Virtudes necessárias para saltar uma rampa com 5 metros de altura mas também utilizadas para descer uma guia, escapar de um buraco na rua e até desviar de uma fechada.
Legado
Nos últimos jogos, em Londres, além da pista de Super BMX foram construídas 12 pistas de iniciação ao Bicicross, todas em parques na região central da cidade. O projeto Legado Olímpico teve como objetivo, além de criar demanda para a super pista, criar ciclistas para o resto da vida. Seja por esporte ou transporte. Um ganho de saúde e bem estar na vida de toda a cidade.
Para o Rio de Janeiro está prevista a construção de uma pista para iniciantes no mesmo local da pista olímpica, no Parque Olímpico de Deodoro, chamado de Arena Radical por abrigar além do Super BMX as provas de Mountain Bike e de canoagem slalom. Deodoro, um bairro ao extremo oeste da capital fluminense, possui a maior concentração demográfica de jovens do Rio de Janeiro. Uma oportunidade e tanto para se dar um salto em busca de uma medalha de ouro nos próximos anos.
Agora é torcer, ficar de olho e cobrar das autoridades responsabilidade no compromisso em relação ao legado olímpico.