Entendendo as bicicletas compartilhadas…
As cidades têm se preparado cada vez mais para abrigar os ciclistas alocando as estações de bike sharing próximas aos terminais de ônibus e metrô
As magrelas compartilhadas já estão disponíveis para os ciclistas há alguns anos na Europa e nos Estados Unidos. Encabeçado por um vereador holandês em 1965, o primeiro modelo de projeto surgiu para diminuir o trânsito de carros no centro de Amsterdã e, de alguns anos pra cá, o bike sharing chegou ao Brasil complementando a mobilidade urbana do país.
Em 2012, entrou em vigor a Lei da Mobilidade Urbana (Lei 12.587), que tem como um dos objetivos integrar os meios de transportes priorizando os veículos não motorizados e serviço público coletivo. Com essa lei, a necessidade das cidades oferecerem estrutura e estimular opções de transporte movidos por tração humana foi reforçada e é cada vez mais comum cruzar com um novo ciclista por aí. o/
No entanto, como é um movimento recente se comparado a outros lugares do mundo, também é comum nos depararmos com pessoas que não tem definição clara do conceito de bicicletas compartilhadas. E, antes tarde do que nunca, estamos aqui para esclarecer e, quem sabe, estimular o surgimento de mais um ciclista pelas ruas.
Ou seja, a bike não é sua. É de todos. Várias pessoas compartilham a utilização daquelas bicicletas. Basta uma delas estar disponível na estação para alguém poder utilizá-la.
Projeto em Washington, DC (Estados Unidos): estação com bicicletas disponíveis para empréstimo, terminal eletrônico e vagas para devolução de bikes.
Mais de 400 cidades no mundo possuem um sistema de bike sharing e os motivos para a implantação do projeto são vários: diminuir congestionamentos, qualidade do ar, estimular estilo de vida mais saudável e oferecer mais uma opção de transporte.
Para implantar este tipo de projeto, geralmente a cidade estabelece uma parceria público-privada, já que é difícil obter retorno do investimento. A maioria dos sistemas possui uma empresa patrocinadora que acaba tendo seu nome e sua imagem diretamente ligados à causa de mobilidade urbana. Felizmente, muitos dos patrocinadores já se envolvem com a temática muito além da verba do patrocínio. Percebe-se preocupação das organizações com a melhora do dia-a-dia das cidades e isso se torna um dos motivos de investimento nos projetos.
Conheça alguns projetos:
Em pesquisa realizada em 2013 pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP), dados mostraram que 73% dos entrevistados que começaram a pedalar naquele ano usavam apenas bicicletas de compartilhamento, ou seja, este tipo de projeto é uma ótima porta de entrada para novos ciclistas, já que são pessoas que ainda estão experimentando a bike na cidade e ainda não investiram na compra de uma bicicleta própria.
Mas não é somente quem ainda não tem bike que usa este tipo de projeto, ciclistas donos de bicicletas, eventualmente, também optam pela magrela compartilhada já que, por exemplo, ela oferece praticidade na hora de estacionar (guarda a bike na própria estação).
Além disso, utilizar o bike sharing livra o ciclista de algumas preocupações como travas e local para estacionamento em locais públicos, manutenção e local em casa para guardar a magrela.
As cidades têm se preparado cada vez mais para abrigar os ciclistas alocando as estações de bike sharing próximas aos terminais de ônibus e metrô para facilitar a intermodalidade e também oferecer locais seguros de estacionamento e ciclovias. Essa infraestrutura tem encorajado cada vez mais pessoas a pedalarem nas ruas.
Ficou animado em viver a experiência do pedal urbano? No Brasil, já é possível encontrar projetos de compartilhamento de bicicletas em diversas cidades. Caso queira iniciar essa prática aos poucos, uma dica é pegar a bike emprestada aos finais de semana, em que, geralmente, o trânsito de veículos é mais ameno e se tem mais tempo livre.
Tenho certeza que sob uma bike você vai ver sua cidade de um jeito diferente. Depois, se quiser, me conta como foi. Vou adorar saber! Escreva para [email protected]