Rio 2016: Brasileiro projeta a Olimpíada mais difícil dos últimos 20 anos no ciclismo
Principal nome do Brasil para a disputa do ciclismo de estrada nas Olimpíadas, Rafael Andriato vai ter de mudar o próprio estilo para fazer bonito no Rio de Janeiro daqui há um ano.
Principal nome do Brasil para a disputa do ciclismo de estrada nas Olimpíadas, Rafael Andriato vai ter de mudar o próprio estilo para fazer bonito no Rio de Janeiro daqui a um ano. O atleta de 27 anos conheceu o trajeto da prova no evento-teste realizado duas semanas atrás e foi um dos poucos ciclistas que conseguiram completar o percurso – mais da metade dos 100 participantes ficou pelo caminho.
“Conversando com os atletas do pelotão, essa está sendo considerada a Olimpíada mais dura dos ultimos cinco Jogos. Com certeza o percurso é bem duro, tem um desnivel total de mais de 4000 metros, então vai ser uma prova bastante difícil”, diz Andriato, que corre há 8 anos na Europa e hoje defende a equipe italiana Southeast.
Murilo Azevedo
Com largada e chegada na praia de Copacabana, a corrida que valerá o ouro olímpico irá percorrer 250km, passando por Ipanema e Barra da Tijuca, além de duas voltas em circuitos na Serra de Grumari e na subida até a Vista Chinesa. A quantidade de montanhas no caminho é a principal preocupação de Andriato, que é um passista veloz e prefere as chegadas decididas no sprint final.
“Achava que seria um pouco mais fácil, mas a subida ali da Vista Chinesa é bem seletiva. Agora que participei do evento-teste eu posso me preparar melhor. Vi que, para ir bem no percurso, você precisa estar subindo bem, treinar bastante montanha. Então tenho esse ano para me preparar e me especializar mais em subidas”, comenta.
Pensando também na quilometragem da prova olímpica – 250km – o brasileiro explica que tem participado de competições com etapas mais longas para ganhar a resistência e experiência necessárias para a Rio-2016. Na última delas, a ‘Vuelta a Burgos’ (Espanha) Andriato terminou uma das etapas na quinta colocação.
“Minha preparação está dentro do programado. Esse ano participei de diversas provas com percurso duro e mais longas. Lá na Europa estamos acostumados a esse tipo de prova. É o exemplo das clássicas, como a Milano-Sanremo, que corri ano passado e numa etapa de 280km”, diz.
Andriato ainda planeja correr em pelo menos outros dois Jogos Olímpicos depois do Rio, mas a hora de brilhar é agora, em casa.
“Vou fazer 28 anos em outubro e estou atingindo o auge da minha carreira com uma bagagem de oito anos na Europa. Esse é meu objetivo e mesmo sendo um percurso tão duro e eu não sendo um escalador, vou me preparar da melhor maneira possivel”.