No Tour do Rio, profissionais pedem união de ciclistas urbanos e esportistas
Diminuir a distância entre os diferentes perfis de ciclistas vai ajudar todos que pedalam.
Diminuir a distância entre os diferentes perfis de ciclistas vai ajudar todos que pedalam. Essa é a tese de alguns dos principais nomes na disputa do Tour do Rio, que vive sua sexta edição neste ano. No mais belo estilo “a união faz a força”, os profissionais refutam a ideia de uma separação entre ciclistas urbanos e esportistas, por exemplo.
O crescimento do número de pessoas usando a bike como meio de transporte nas grandes cidades brasileiras é visto com esperança pelos que vivem do esporte sobre duas rodas.
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“É provável que aqueles que nunca pegaram uma bicicleta e agora estão chegando façam do ciclismo um hobby e sejam fãs do esporte com o tempo. A partir daí, com certeza vai haver um aumento do número de praticantes, o que acaba movendo o mercado do ciclismo”, diz Gustavo Veloso, espanhol que corre pela W52-Quinta da lixa, de Portugal.
Pró-Ciclovias
Engana-se quem pensa que os benefícios da tal união ficariam apenas para os esportistas. Além da importância no fomento de uma cultura ciclística, com a modalidade forte, os grandes nomes do esporte podem ter peso no debate público sobre a mobilidade urbana. E, hoje, o discurso no sentido de cidades mais humanas já é bem afinado entre eles.
“Precisamos conscientizar os motoristas de que a bicicleta é um meio de transporte. Tomara que passem a respeitar mais o ciclista, quem vai trabalhar de bicicleta. Na Colômbia, temos melhorado esse aspecto e espero que aqui no Brasil aconteça o mesmo”, defende Oscar Sevilla, atual bicampeão do Tour do Rio.
A ampliação da rede de ciclovias em capitais como São Paulo também entrou na discussão. Desde que começou um plano de 400 km de novas vias para ciclistas, a maior cidade do país tem sofrido com a resistência acalorada de alguns setores da população.
“Eu sou totalmente a favor da implantação de ciclovias nas nossas cidades. Ainda nao conheci as de São Paulo, mas na minha cidade (Piracicaba-SP) tem muitas ciclovias e eu percebo que muita gente já está deixando o carro em casa. É mais barato e mais rápido. A bicicleta é parte do trânsito e precisa ter seu espaço, como os carros e os ônibus também têm. Aqueles que são contra vão ter que aceitar, porque ela é uma forma de desafogar o trânsito”, diz Magno Nazaret, representante do Brasil nas Olimpíadas de Londres, em 2012.
“É questao de tempo. As prefeituras que investirem agora no transporte limpo vão colher os frutos lá na frente, com menos gastos até em saúde”, completa.
“As grandes cidades vão agradecer essa mudança. Só falta conscientizar o pessoal, porque isso vai ser bom para todos, e não apenas para os que vão de bicicleta, mas para quem vai de carro também”, projeta Veloso.