Mais uma Ghost Bike será instalada na cidade de São Paulo
Durante esse fim de semana, dois ciclistas foram mortos por motoristas de automóvel em vias do Estado de São Paulo. Na noite de sábado (01), José Amurin morreu atropelado na Avenida Santo Amaro.
Durante esse fim de semana, dois ciclistas foram mortos por motoristas de automóvel em vias do Estado de São Paulo. Na noite de sábado (01), José Marim Amurin, de 54 anos, morreu atropelado na Avenida Santo Amaro, Zona Sul da capital.
Renata Falzoni
O motorista Carlos Eduardo Russo, um publicitário de 39 anos, dirigia um Audi A3 em alta velo pela pista da direita, exclusiva para ônibus na via em questão. Na hora do acidente, 22 horas, a pista é liberada para veículos normais.
O motorista prestou socorro informando a Polícia o ocorrido e posteriormente indo ao 11º Distrito Policial prestar depoimento. Os policiais militares que atenderam a ocorrência afirmaram que o publicitário não tinha sinais de embriaguez. O caso foi registrado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A polícia investiga o caso.
No fim da tarde desse domingo, por volta das 16h20 da tarde, um ciclista foi atropelado e morto na rodovia Anchieta, na altura do quilômetro 54 na região da cidade de Cubatão, sentido litoral. O motorista fugiu sem prestar socorro.
A Associação Ciclocidade publicou uma nota pública em respeito a morte do ciclista José Maria Amorim. Com certeza, essa se refere as tantas outras mortes banais que acontecem nas ruas desse país.
“Às 21h da noite deste sábado (1/8), o ciclista José Maria Amorim fazia seu deslocamento em bicicleta pela Avenida Santo Amaro quando foi brutalmente atropelado pelo motorista de um automóvel e infelizmente não sobreviveu.
A Ciclocidade – Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo vem repudiar e lamentar a morte de mais uma pessoa que optou pela bicicleta como seu meio de transporte.
É preciso investigar a fundo o que aconteceu, especialmente porque as evidências associadas parecem tenebrosas. Questões fundamentais são suscitadas a partir deste trágico ocorrido: por que ainda não há infraestrutura segregada nas principais vias arteriais de ligação entre periferia e centro? Por que os limites de velocidade permitidos ainda são tão altos nas vias arteriais e nas vias coletoras da cidade? Por que há tão pouca fiscalização fora do centro expandido e durante a noite?
Os ciclistas instalarão mais uma ghost bike em São Paulo para simbolizar, mais uma vez, que há o esgotamento deste modelo, que une imprudência, impunidade e morte das pessoas mais fragilizadas na relação de força do nosso trânsito.
Nenhuma morte no trânsito deve ser aceita; nenhuma morte deve ser vista como efeito colateral de um sistema que segrega, oprime e mata tantas pessoas.
Ciclocidade – Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo “